De acordo com o South China Morning Post (SCMP), o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, o general Mark Milley, prometeu apoiar militarmente Taiwan enquanto alertava Pequim para aprender com experiência da operação militar especial russa na Ucrânia em um evento em Nova York, na quarta-feira (9).
"Os EUA estão comprometidos através da Lei de Relações de Taiwan, e o presidente Biden disse em muitas ocasiões recentemente que os Estados Unidos continuarão a apoiar Taiwan", disse Milley. "Vamos apoiá-los militarmente [...]. Tentaríamos ajudar a treiná-los e equipá-los", pontuou.
Ainda no ano passado, Pequim se irritou quando a mídia informou que uma unidade de operações especiais dos EUA e um contingente de fuzileiros navais estavam operando secretamente em Taiwan para treinar as forças militares da ilha.
As tensões no estreito de Taiwan aumentaram depois que a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, viajou para Taipé no início de agosto. Em resposta, o Exército de Libertação Popular (ELP) lançou exercícios militares sem precedentes ao redor da ilha.
O general afirmou que ainda não está claro se a China tem planos para uma invasão iminente, mas pediu que Pequim aprendesse com o conflito ucraniano.
"Uma lição que sai da Ucrânia para a China é que guerra no papel e guerra real são duas coisas diferentes. E o que eles viram foi um tremendo erro de cálculo estratégico", disse Milley, sublinhando que acredita que "o presidente Xi está dando um passo para trás e [...] está avaliando a situação".
"É realmente difícil. E acho que eles [os líderes chineses] estão percebendo isso e provavelmente estão avaliando a situação e recalculando o que podem fazer."
Durante o congresso nacional do Partido Comunista — que ocorre no mês de outubro, duas vezes a cada década — o presidente chinês Xi Jinping disse que Pequim vai fazer o máximo para alcançar a reunificação pacífica com Taiwan, mas nunca renunciar ao uso da força para resolver "a questão de Taiwan" se necessário.
Xi disse ao congresso que o ELP deve atingir sua meta de se tornar um exército de classe mundial capaz de vencer "guerras regionais" até meados do século.
Recentemente, autoridades norte-americanas de alto escalão pediram que a Marinha dos EUA intensificasse os preparativos para um possível ataque do ELP a Taiwan ainda neste ano.
"Estamos bem com a competição – não há problema [...], mas se a China quer conflito, então essa seria uma escolha muito ruim para a China", concluiu o general.