A China está avançando rapidamente na questão militar, na opinião de Vasily Kashin, especialista militar russo, expressa quando comentava o show aéreo de Zhuhai, na província meridional de Guangdong.
Em declarações à Sputnik, ele referiu a apresentação de uma grande quantidade de armamento, incluindo munições de alta precisão para drones, novos tipos de bombas aéreas guiadas para a aviação tática e cartuchos de bombas planadoras. Foram também mostrados mísseis de cruzeiro de baixa visibilidade e grande alcance, com um sistema de rastreio avançado e sistemas de radar com antenas de fase ativa, e também um míssil balístico lançado de bombardeiro.
O especialista referiu que a exposição já se diversificou e não se limita a desenvolvimentos de meios militares aéreos.
"Em geral, a China demonstra que é uma das líderes na produção de armamento de aeronaves e das próprias aeronaves", disse Kashin, acrescentando que o país também é capaz de financiar um grande número de projetos de pesquisa e desenvolvimento em simultâneo e obter resultados impressionantes, apesar de também apontar a falta de experiência no uso das armas como fraqueza.
A seu ver, para vencer Taiwan será necessário atingir a superioridade aérea sobre a ilha, incluindo a neutralização do seu poderoso sistema de defesa antiaérea, por vários meios aéreos e navais, entre os quais bombardeiros aéreos e mísseis terra-ar.
Respondendo à pergunta sobre o setor de veículos aéreos não tripulados, o analista russo vê uma China que já é capaz de "definir as tendências" do setor, tendo "a nomenclatura mais completa" de drones entre todos os países. Entre os modelos com maior alcance e capacidade de transporte que os anteriores estão os Pterodaktil e Switchblade. A superioridade da China também é evidente nas áreas de lançadores múltiplos de foguetes e mísseis balísticos de curto alcance, acrescentou.
Além disso, indica Vasily Kashin, o país asiático tem montada uma grande produção e variedade de armas de grande precisão, como os recém-exibidos sistemas de mísseis antiaéreos HQ-17, HQ-9 modificados, uma outra versão de médio alcance com mais mísseis, e o sistema de defesa antiaérea autopropulsado FK-2000.
"Em resumo, a China tem feito grandes progressos na defesa antiaérea. Em termos da organização da defesa antiaérea militar, se o financiamento continuar aumentando e as prioridades forem mantidas, a China poderá se tornar um líder mundial", prevê o especialista militar.
Ele repetiu que, em caso de um conflito no estreito de Taiwan, a principal tarefa será a destruição de sua defesa antiaérea.
"Será empregado o esforço máximo: tanto os ativos aéreos listados anteriormente, mísseis balísticos e sistemas de lançadores múltiplos de foguetes pesados, como também munições de alta precisão, veículos aéreos não tripulados e veículos aéreos não tripulados especializados para supressão de defesa antiaérea", explicou Kashin.
Um outro requisito para a reunificação com o território autogovernado é a superioridade marítima, segundo o especialista. Com o progresso visível em todas as frentes e a China podendo destacar muito mais força para a região, os EUA estão ficando cada vez mais preocupados, sublinha.