O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela rechaçou no sábado (12) a renovação, por mais um ano, das sanções impostas pela União Europeia (UE) contra o país sul-americano, considerando que são ilegais e limitam o acesso da população a medicamentos e alimentos.
Na sexta-feira (11) a UE anunciou a renovação, até 14 de novembro de 2023, das sanções contra várias pessoas ligadas à administração de Nicolás Maduro.
"As medidas coercivas unilaterais aplicadas ilegalmente pela União Europeia de forma premeditada, castigam e violam maciçamente os direitos humanos do povo venezuelano, já que suas consequências indiretas acabam limitando o acesso a alimentos, medicamentos, insumos primários, máquinas, peças de reposição e equipamentos necessários para garantir os direitos fundamentais e assegurar o desenvolvimento normal de nossa sociedade", diz o comunicado.
Caracas destacou o fato de a decisão "anacrônica" ter sido anunciada no mesmo dia em que Emmanuel Macron, presidente da França, expressou sua disposição de apoiar as negociações entre o governo venezuelano e um setor da oposição.
"É inconsistente e constitui uma bofetada à iniciativa francesa chamada Fórum pela Paz [...] Repudiamos a política insalubre de recorrer a essas ferramentas de chantagem política, contrárias aos princípios democráticos e dos direitos humanos, instituindo uma prática perigosa contrária aos princípios do direito internacional e da coexistência pacífica entre os Estados", aponta a chancelaria venezuelana.
Ela acrescenta que, com esta decisão, Bruxelas "pretende insistir em uma estratégia completamente errada, com a qual a UE não conseguiu, nos últimos cinco anos, alcançar seu objetivo de derrubar o governo bolivariano".
Entre as pessoas sancionadas há mais de quatro anos estão Delcy Rodríguez, vice-presidente da Venezuela, e Tareck El Aissami, ministro do Petróleo, além de militares, funcionários eleitorais e da justiça, deputados e governadores.