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Empresa russa responsável pelo Nord Stream ganha licença para investigar possível ato terrorista

A Autoridade Marítima Dinamarquesa concedeu à Nord Stream AG uma isenção para investigar a área onde o gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) foi danificado.
Sputnik
Após a decisão, uma embarcação fretada pela Nord Stream AG viajou para a área onde foram reportados os danos no gasoduto e iniciou o levantamento para que sejam feitos reparos.
A duração da operação dependerá das restrições de acesso relacionadas às condições climáticas, informou a empresa russa.
"A Autoridade Marítima Dinamarquesa concedeu à Nord Stream AG uma isenção que permite, sob certas condições, incluindo clima, aproximar-se da área danificada a uma distância suficiente para realizar parte dos trabalhos relevantes", disse a empresa.
Desde a última sexta-feira (11), o raio da zona restrita a navegação marítima foi reduzido de 5 milhas náuticas para 500 metros.
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"Imediatamente após receber autorização para entrar na área restrita, a embarcação afretada pela Nord Stream AG deslocou-se para a área danificada e iniciou o levantamento dos pontos de ruptura do duto", diz a empresa em comunicado.
No fim de setembro, danos foram descobertos em três das quatro linhas dos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2. A Nord Stream AG disse que o dano foi sem precedentes, e o tempo necessário para o reparo não pôde ser estimado.

O que se passou com os Nord Stream?

Em 26 de setembro foram descobertos vazamentos em três das quatro vias dos gasodutos submarinos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, construídos para transportar um total anual de 110 bilhões de metros cúbicos de gás russo para a Europa.
O incidente, na sequência do qual foram despejadas 400 mil toneladas de metano na atmosfera, suspendeu o fornecimento de gás à Alemanha antes do inverno europeu, provocando um aumento nos preços do gás e uma corrida por fontes alternativas na União Europeia (UE).
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Alemanha, Dinamarca e Suécia iniciaram investigações sobre a suspeita de sabotagem, com a mídia alemã relatando problemas de confiança entre os três Estados-membros da UE. A principal conclusão é que o incidente foi provocado por explosões, com os países ocidentais suspeitando de a Rússia o ter realizado.
Ao mesmo tempo, o Ministério Público da Rússia anunciou ter aberto um inquérito por suspeita de terrorismo internacional. Para Moscou, o estudo desses possíveis ataques terroristas só pode ser considerado confiável e objetivo se a Rússia integrar a investigação.
Em 30 de outubro, Kim Dotcom, empresário e fundador do portal de compartilhamento de arquivos Megaupload disse que Liz Truss, então primeira-ministra do Reino Unido, usou o celular dela para enviar uma mensagem a Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, dizendo "Está feito", minutos após os ataques aos Nord Stream.
O empresário diz que essa mensagem é bem conhecida dos serviços secretos russos e que é a razão pela qual Moscou acredita que Londres teve envolvimento no ataque aos gasodutos.
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