O Reino Unido é mais um europeu que retirará suas forças da Minusma (sigla em francês para Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali), comunicou o ministro das Forças Armadas, James Heappey, nesta segunda-feira (14).
Durante o anúncio, ele culpou as autoridades malinesas e a presença russa na região pela retirada britânica, apontando que ambas prejudicam "ainda mais a situação de segurança".
Vale lembrar que, em outubro deste ano, o presidente russo, Vladimir Putin, e o governo do Mali reafirmaram um compromisso conjunto para combater o terrorismo no Sahel. A suposta cooperação das autoridades do Mali com a empresa militar privada russa Grupo Wagner, inclusive, é um pedido das autoridades locais.
Ao abandonar a missão Minusma, James Heappey disse que "devemos deixar claro que a responsabilidade por tudo isso está em [a capital do Mali] Bamaco. Dois golpes em três anos aconteceram".
Em agosto, a França e a Alemanha anunciaram o fim de sua missão de contraterrorismo no Mali em meio a desentendimentos com o governo de transição do país, que chegou ao poder após um golpe militar em 2021.
Em maio de 2021, as forças armadas do Mali lideradas pelo então vice-presidente Assimi Goita removeram o presidente interino Bah Ndaw e o primeiro-ministro interino Moctar Ouane do cargo, após acusá-los de quebrar as regras de transição.
Em maio de 2021, as forças armadas do Mali lideradas pelo então vice-presidente Assimi Goita removeram o presidente interino Bah Ndaw e o primeiro-ministro interino Moctar Ouane do cargo, após acusá-los de quebrar as regras de transição.
Um conselho militar assumiu o controle do país e anunciou sua intenção de realizar eleições presidenciais e parlamentares em 2024. Em junho de 2021, o Tribunal Constitucional do Mali declarou Assimi Goita o presidente interino.
Em julho de 2022, as autoridades do Mali tomaram a decisão de suspender o rodízio dos militares na Minusma, um duro golpe para as operações ocidentais de combate ao terrorismo na região.
Em julho de 2022, as autoridades do Mali tomaram a decisão de suspender o rodízio dos militares na Minusma, um duro golpe para as operações ocidentais de combate ao terrorismo na região.
Em julho deste ano, a França falou sobre a operação para retirar suas tropas do Mali, após ser expulsa pela junta militar depois de quase uma década no país.
Em entrevista à Rádio França Internacional (RFI), o comandante da Operação Barkhane no Mali, o general francês Laurent Michon, disse que é preciso mudar o modo de atuação e confirmou a transferência de soldados para o Níger.
Segundo ele, as forças francesas na região africana do Sahel mudarão o seu modo de operação, agindo "em apoio" às forças locais em vez de substituí-las. O general afirmou que os franceses "agora têm pouco mais de 2 mil homens" no território.
O presidente Emmanuel Macron anunciou a retirada em fevereiro, dizendo que a Operação Barkhane continuaria em outros lugares do Sahel, mas de forma menor e reconfigurada.