Oficiais americanos e ucranianos afirmaram ao Politico que Washington está dando sinais para Kiev que um apaziguamento de inverno "não significa que as conversas deveriam ocorrer imediatamente".
Esta especulação deixou o lado ucraniano profundamente preocupado e irritado com os Estados Unidos, já que o regime de Kiev não pretende buscar um acordo de paz tão cedo.
Por sua vez, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, o general Mark Milley, destacou que a Ucrânia não poderia sair vitoriosa do conflito, e que deveria aproveitar uma oportunidade para um acordo diplomático.
"Quando há uma oportunidade de negociar, quando a paz pode ser alcançada, aproveite-a. Aproveite o momento", declarou.
Na segunda-feira (14), oficiais de alto escalão da Rússia e dos EUA conversaram em Ancara, na Turquia, contudo a Casa Branca, para tranquilizar a Ucrânia, informou que o conflito não estava à mesa de negociações, mas, sim, questões relacionadas a armas nucleares e sobre os cidadãos russos e americanos que estão sob custódia.
Oficiais de Washington relataram que as mensagens sobre uma solução diplomática para o conflito estão comprometendo as relações dos norte-americanos com Kiev.
Nas esferas mais altas do governo, parte defende que Kiev deve ceder e negociar com a Rússia, afirmando que as tropas ucranianas esgotaram seu potencial; outros acham que nenhum dos lados está pronto para o diálogo.
Rússia e Ucrânia tentaram algumas rodadas de negociações de paz nos primeiros dias do conflito. Em setembro, a Ucrânia disse que não negociaria com a Rússia enquanto Vladimir Putin for presidente. Putin, por outro lado, disse que Moscou continua disponível para uma solução negociada.
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, parece ter mudado sua posição, pois apresentou uma declaração em vídeo, no início desta semana, na qual expôs as condições para iniciar as negociações de paz com a Rússia. Isso inclui a restauração da integridade territorial da Ucrânia, respeito pela Carta das Nações Unidas, compensação de danos induzidos por conflitos, garantias de que as hostilidades não se repetirão no futuro, entre outras.