"Estou convencido de que a China pode desempenhar um papel maior de mediação [no conflito ucraniano] nos próximos meses para impedir a retomada de ofensivas, especialmente ofensivas terrestres após o início de fevereiro. Tive a chance de discutir esta matéria com o presidente [chinês] Xi Jinping e concordamos em visitar Pequim no início de 2023 para que possamos intensificar nosso diálogo sobre este assunto", disse Macron durante uma entrevista coletiva após a cúpula do G20 em Bali.
O líder francês também disse que o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, em sua conversa à margem da cúpula do G20, também expressou seu desejo de se tornar um mediador na crise da Ucrânia.
"Também tive uma conversa com o primeiro-ministro Modi. O seguinte é muito claro: [a Índia] está pronta para uma maior cooperação em todas as questões globais e está disposta a se envolver novamente na mediação com a Rússia", acrescentou Macron.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi (E) e o presidente francês, Emmanuel Macron, apertam as mãos durante uma reunião bilateral à margem da Cúpula do G20 em Nusa Dua, Bali, Indonésia, 16 de novembro de 2022
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Nesta quarta-feira (16), o segundo diplomata mais importante da Índia, o secretário de Relações Exteriores Vinay Kwatra, disse que seu país contribuiu significativamente para diminuir a divisão entre os líderes do G20 sobre o conflito na Ucrânia, promovendo uma abordagem "muito construtiva e cooperativa" e visando a construção de consenso em toda uma gama de questões.
Na terça-feira (15), a mídia informou que Macron pediu a Xi que instasse o presidente russo, Vladimir Putin, a diminuir a escalada na Ucrânia e retornasse à mesa de negociações com Kiev durante sua reunião à margem da cúpula do G20.
Moscou tem confirmado consistentemente sua prontidão para dialogar com Kiev sem pré-condições, enquanto o presidente ucraniano Vladimir Zelensky se recusou ou sugeriu várias condições para retomar as negociações, incluindo impedir seu país de negociar com Putin.