Panorama internacional

É improvável que a candidatura de Trump sobreviva às primárias republicanas, diz analista

É improvável que a pré-candidatura do ex-presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, para a Casa Branca em 2024 seja chancelada nas eleições primárias do Partido Republicano, apontam analistas ouvidos pela Sputnik.
Sputnik
Trump anunciou sua nova pré-candidatura presidencial na terça-feira (15), uma semana depois de o Partido Republicano não conseguir obter o controle do Senado e não ver a esperada "onda vermelha" se materializar nas eleições intermediárias dos Estados Unidos.
Embora os republicanos tenham assumido a maioria das cadeiras da Câmara dos Representantes, a margem foi menor do que a esperada pelos trumpistas — identificados como MAGA [Make America Great Again]. Vários candidatos endossados ​​por Trump tiveram resultados que o próprio ex-presidente descreveu como "decepcionantes".
Na quarta-feira, uma pesquisa divulgada pela Reuters revelou que a maioria dos norte-americanos não quer que Trump concorra novamente, enquanto os assessores do presidente Joe Biden dizem que gostariam de uma revanche.
"Não acho que ele sobreviveria às primárias", disse à Sputnik o professor da Escola de Direito Scalia da Universidade George Mason, Francis Buckley, que entende que campanha de Trump, seria muito negativa para o Partido Republicano e uma "bênção para os democratas".
Buckley acredita que Trump deve enfrentar uma acirrada competição com a nova geração de líderes republicanos em ascensão. O especialista destaca o governador da Flórida, Ron DeSantis, que obteve uma vitória esmagadora nas eleições deste ano, e o governador da Virgínia, Glenn Youngkin.
Dan Lazare, historiador constitucional e comentarista político, aponta que Trump carrega consigo uma bagagem muito negativa em razão da invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

"Ele tem um grande problema: 6 de janeiro de 2021. Se as eleições intermediárias mostraram alguma coisa, é que o processo democrático é duro com os candidatos que são antidemocráticos. O eleitor não elege quem pensa que as eleições não contam. É por isso que os republicanos apoiados por Trump se saíram tão mal", disse.

Lazare acredita que Trump entendeu essa mensagem e tentou mudar o discurso quando anunciou a pré-candidatura. "Acho que podemos finalmente entrar na era pós-Trump", avalia.
O comentarista, no entanto, pondera que Trump não pode ser subestimado e fatores econômicos e internacionais — Ucrânia e Taiwan — podem influenciar em um retorno das perspectivas eleitorais do ex-presidente.

"Acho que as pessoas nunca devem subestimar Trump. Ele tem uma personalidade muito mais poderosa do que DeSantis, ele comanda o palco como ninguém na política americana, e seu tipo especial de populismo e isolacionismo ainda tem muito impacto", disse

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