"A ONU precisa avançar. Não é possível que a ONU seja dirigida com a mesma lógica geopolítica da Segunda Guerra Mundial. Os continentes querem estar representados. Não há nenhuma explicação para que só os vencedores da Segunda Guerra Mundial sejam os que mandam e dirigem o Conselho de Segurança. O mundo precisa de uma coordenação global", afirmou Lula.
O presidente eleito também fez cobranças quanto a promessas de países ricos de preservação ambiental e climática. Ele lembrou que na COP15, realizada em 2009, muitos países se comprometeram a mobilizar US$ 100 bilhões (R$ 535 bilhões) por ano a partir de 2020 para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem as mudanças climáticas.
Lula afirmou que está voltando "para cobrar" a promessa feita há mais de uma década.
Além de pedir representação de países emergentes na ONU e de cobrar Estados ricos sobre compromissos firmados, Lula prometeu um governo de integração regional e coordenação global para proteger a Amazônia e permitir a garantia da preservação ambiental e climática em seu futuro governo, que se inicia em 1º de janeiro de 2023.
"Não há segurança climática para o mundo sem Amazônia protegida", declarou.
Amazônia (imagem de referência). Foto de arquivo
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O presidente defendeu que o combate à mudança climática deve caminhar com o combate à pobreza e à desigualdade e prometeu reconstruir órgãos de fiscalização para investigar e punir crimes ambientais. Segundo ele, o Brasil não medirá esforços para zerar o desmatamento nos biomas do país até 2030.
"Não precisamos desmatar sequer um metro de terra para continuar a ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo", disse Lula.
Conforme esperado, Lula anunciou a candidatura do Brasil para sediar a COP30, em 2025. O presidente eleito confirmou que o país deseja realizar o evento especificamente na Amazônia. "Vou defender de forma veemente que a COP seja realizada em um estado amazônico", afirmou.
Ele ainda informou que vai propor uma cúpula regional entre Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Peru, Guiana e Suriname, para "produzir de forma soberana a integração da região com responsabilidade climática".