A União Europeia (UE) pretende esperar para apresentar diretamente ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, suas demandas de compromissos adicionais do Mercosul na área ambiental, de acordo com uma apuração feita pelo jornal Valor Econômico.
Inicialmente, o plano era que Bruxelas enviasse antes do fim do ano ao Mercosul os elementos de uma carta adicional ao acordo negociado.
Entretanto, segundo a porta-voz de Comércio da UE, Mirian Ferrer, "não temos um calendário preciso ainda, é um exercício complexo", uma vez que o documento adicional de demanda europeia não será apresentado rapidamente porque ainda há muita discussão interna pela frente.
"Teremos que conciliar os calendários técnico e político antes de podermos definir um cronograma claro para ratificação e entrada em vigor do acordo", disse Ferrer à mídia nesta quarta-feira (16).
Ou seja, a UE não está pronta para essa discussão com o Mercosul. Precisa acertar os ponteiros antes dentro da própria Comissão Europeia e com os 27 Estados-membros, onde há um racha sobre as demandas a fazer na sensível área ambiental.
Além disso, a diplomacia brasileira mesmo já indicou aos europeus que, em plena transição de governo, não há sentido iniciar esse tipo de negociação no momento, quando as decisões vão passar para a próxima equipe governamental.
Contudo, é notável que a troca de governo no país impulsionou o bloco europeu a querer retomar definitivamente as tratativas para colocar o acordo em ação. O vice-presidente da Comissão Europeia para a economia, Valdis Dombrovskis, indicou que o bloco espera avançar nas negociações após a vitória do petista e que a União Europeia "ainda está comprometida com este acordo", conforme noticiado.