O ex-ministro da Fazenda apontou a intenção de adversários em "tumultuar" e "criar dificuldades para o novo governo" como uma das razões para o seu afastamento, relata a Folha de São Paulo. Mantega foi anunciado na semana passada por Alckmin para integrar a equipe de transição responsável pelo planejamento, orçamento e gestão, conforme noticiado.
Por estar inabilitado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a exercer cargo em comissão ou função de confiança na administração pública federal por punição envolvendo o caso das pedaladas fiscais, sua participação no grupo se daria de forma voluntária.
"Em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014 […] aceitei trabalhar na equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por oito anos. Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo", diz Mantega na carta enviada ao futuro vice-presidente.
Mantega finaliza o documento afirmando que aguarda a suspensão dos atos praticados pelo TCU por meio de decisão judicial. "Estou confiante de que a Justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha reputação", afirma o ex-ministro citado pela mídia.