Panorama internacional

Após diálogo com Xi, Austrália decide não apoiar inserção de Taiwan no pacto comercial do Pacífico

O não apoio australiano à entrada da ilha no acordo mostra uma mudança de diretrizes recentemente adotadas por Camberra em relação à China. Taipé reagiu e disse que procuraria o governo australiano para esclarecer o posicionamento.
Sputnik
Nesta sexta-feira (18), o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que é muito improvável que Camberra apoie o pedido de Taiwan para aderir ao pacto comercial Acordo Abrangente e Progressivo para Parceria Transpacífica (CPTPP, na sigla em inglês).
"O CPTPP é uma relação entre Estados-nação que são reconhecidos [...]. Taiwan é representada aqui [na APEC] como uma economia e há apoio bipartidário para a política de Uma Só China", observou o primeiro-ministro australiano no evento de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) que acontece na Tailândia.
Tal decisão marca uma grande mudança em relação ao posicionamento australiano sobre a questão de Taiwan, sinalizando a tentativa da Austrália de restabelecer os laços com a China.
Anthony Albanese se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, na terça-feira (15) à margem da cúpula do G20 em Bali, seis anos após as últimas negociações formais de alto nível entre as duas nações.
Reconhecendo as dificuldades nas relações bilaterais, o presidente chinês disse que Pequim e Camberra devem "melhorar, manter e desenvolver o relacionamento". Albanese descreveu o encontro como "positivo e construtivo".
Enquanto isso, reagindo às observações do premiê australiano, Taipé disse que abordaria o governo australiano para "esclarecer" seu posicionamento.
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Em setembro do ano passado, Taiwan se inscreveu para participar do CPTPP, menos de uma semana depois que Pequim anunciou formalmente sua candidatura à adesão.
A ilha estava envolvida nas negociações como um dos principais parceiros do acordo original de 12 membros liderado pelos EUA, conhecido como Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que foi jogado no limbo depois que Washington se retirou do pacto, o qual havia sido conceituado para ser um contrapeso ao gigante asiático.
O pacto foi renomeado como CPTPP e inclui países como Canadá, Austrália, Brunei, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã.
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