Cientistas chineses lançaram uma plataforma de código aberto para uma interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês) que pode integrar dezenas de software existentes em um só lugar, escreve na segunda-feira (21) o jornal South China Morning Post.
A BCI, também conhecida como interface cérebro-máquina (BMI, na sigla em inglês), traduz a atividade cerebral de um usuário em mensagens ou comandos para aplicativos interativos, permitindo comunicação direta entre a atividade elétrica do cérebro e um dispositivo externo.
O projeto mais recente, o MetaBCI, é capaz de "padronizar a estrutura e o processo de processamento de dados da BCI e desenvolver uma estrutura comum de algoritmos de descodificação", que "fornece uma solução para todo o processo como um software BCI", explica Xu Minpeng, professor da Universidade de Tianjin, China, que anunciou o projeto no domingo (20) em um seminário na cidade.
A versão atual do sistema consegue suportar 14 conjuntos de dados da BCI, implementar 16 métodos de análise de dados e 53 modelos de decomposição, e a equipe "continuará expandindo as funcionalidades", disse Xu. O sistema foi escrito na popular linguagem de programação Python, e está disponível na GitHub, uma plataforma de hospedagem colaborativa do código de software.
O sistema pode ser usado em dispositivos BCI não invasivos, mas não em chips implantados sob o couro de uma pessoa, de acordo com sua introdução ao GitHub. A tecnologia foi desenvolvida em conjunto pela Universidade de Tianjin, CEC Cloud Brain, uma joint venture entre a universidade e a empresa estatal China Electronics Corporation, e também a startup BCI Suishi Intelligent Technology.
A tecnologia da BCI ganhou crescente atenção nos últimos anos, particularmente depois que a Neuralink, uma empresa fundada pelo bilionário americano Elon Musk, publicou um vídeo em 2021 mostrando um macaco jogando um videojogo com sua mente.
O mercado mundial da BCI deve atingir US$ 35 bilhões (R$ 185,91 bilhões) até 2030, liderado pelos EUA, segundo um relatório publicado no início deste mês pela empresa analítica EO Intelligence.