Nesta quarta-feira (23), a chancelaria chinesa, através o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que a OTAN deve permanecer dentro de seus limites geográficos e não exceder a autoridade da aliança ao impor suas próprias regras a outros Estados, como vem tentando fazer desde o fim da Guerra Fria.
"A OTAN estendeu sua cláusula de defesa coletiva aos domínios do ciberespaço e do espaço sideral, que devem ser tratados pela ONU e instituições internacionais especializadas. Também intensificou a intervenção em uma ampla gama de domínios civis, incluindo mudanças climáticas, infraestrutura, inovação tecnológica, cadeias de abastecimento, saúde e energia."
O porta-voz acrescentou que "como uma organização regional, a Aliança Atlântica precisa permanecer dentro de seus parâmetros geográficos e não tentar impor regras que se adequem ou tentar forçar ou mesmo cruzar a fronteira", disse o diplomata em coletiva de imprensa hoje (23).
Na segunda-feira (21), o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que Pequim busca fortalecer seu controle sobre infraestrutura crítica, cadeias de suprimentos e setores industriais importantes dos países ocidentais, acrescentando que os Estados supostamente autoritários devem ser impedidos de usar as fraquezas do Ocidente para realizar atividades subversivas.
Zhao também rebateu a fala de Stoltenberg afirmando que nos últimos anos Pequim estabeleceu cooperação positiva e igualitária com países e empresas em várias regiões, incluindo Estados-membros da OTAN. Segundo o porta-voz chinês, essa interação foi benéfica para todos os lados.
Ao mesmo tempo, o representante do MRE chinês disse que trazer diferenças ideológicas, sistemas de valores e traçar linhas divisórias na cooperação econômica não apenas prejudicará os interesses comuns da comunidade internacional, mas também será um "tiro pela culatra", complementou.