Segundo o ex-governador do Maranhão, foram diagnosticados "riscos concretos" de interrupções de atividades e serviços da polícia, entre eles a já anunciada suspensão da emissão de passaportes após contingenciamento de verbas.
Dino aponta que os recursos disponíveis já são insuficientes para operações da PF atualmente e devem ficar ainda mais escassos a partir do ano que vem.
"Na medida em que a proposta orçamentária inicial era de R$ 1,8 bilhão, falando de custeio e investimento, ou seja, excluindo pessoal, isso foi limitado no âmbito do Ministério da Economia, em 2023, para 1,26 bilhão. A consequência disso é que teremos, para investimento, apenas R$ 31 milhões para a Polícia Federal no país, no ano inteiro", disse Dino, em pronunciamento ao lado de Aloizio Mercadante, coordenador dos grupos técnicos da transição.
Senador eleito e ex-governador do Maranhão Flávio Dino. Foto de arquivo
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O coordenador de segurança pública da equipe de transição aponta que há "constrangimentos para operações fundamentais", como para a posse presidencial de Lula, em 1º de janeiro. Outros problemas básicos estão na garantia de verbas para combustíveis e diárias de policiais, além de obras e construções previstas em todo o país.
"Se somarmos o que é necessário para restabelecer o que já está colapsado hoje com aquilo que são projetos imprescindíveis para 2023, chegamos à conclusão de que a redução para cerca de R$ 1,2 bilhão obviamente implicará, em 2023, em um cenário de paralisação de serviços essenciais da PF", afirmou.