Panorama internacional

CNN: contas de redes sociais de militares dos EUA tentaram influenciar discurso na Ásia Central

As Forças Armadas dos EUA usaram o Facebook e o Instagram (redes sociais proibidas na Rússia por extremismo) para promover os pontos de vista do país no Afeganistão e no Tajiquistão, revela reportagem da emissora CNN.
Sputnik
Pessoas "associadas ao Exército dos EUA" pareceram estar ligadas a uma rede de dezenas de contas do Facebook e Instagram promovedoras de conteúdo pró-americano para o Afeganistão e a Ásia Central, noticiou na terça-feira (22) a emissora norte-americana CNN, citando a Meta (com atividades proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas).
O gigante de TI disse que removeu mais de 30 contas do Facebook e mais de 20 do Instagram por terem "comportamento inautêntico coordenado", uma violação da política da plataforma. No entanto, a Meta não especificou as unidades militares envolvidas nos casos. A CNN também abordou o Pentágono e o Comando Central dos EUA, o último dos quais é responsável pelas operações norte-americanas no Oriente Médio e na Ásia Central.
Os documentos obtidos pela CNN dos pesquisadores da empresa de análise Graphika e do Observatório da Internet de Stanford, Califórnia, EUA, que documentaram a atividade em um relatório de agosto, indicavam que os americanos estavam tentando ajudar o Tajiquistão a assegurar sua fronteira com o Afeganistão, e que Washington era fulcral para a estabilidade regional.
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Os comentários tiveram sua maior atividade "durante períodos de importância estratégica para os EUA", incluindo nos meses anteriores à retirada caótica dos militares americanos em agosto de 2021. Os autores das contas teriam tentado "ocultar suas identidades" para isso.
Um oficial militar dos EUA, que em 2018 e 2019 se focou na suposta influência maligna da Rússia e questões cibernéticas no Conselho de Segurança Nacional americano em 2018 e 2019, lamentou o que disse ter sido uma operação de influência ineficaz.
"Eu entendo o impulso que prevalece nos círculos militares, de que 'a única maneira de perder é não jogar' no domínio da informação. No entanto, se sua metodologia joga fora a transparência e credibilidade que os EUA querem reivindicar como referência de uma alternativa ao modelo russo ou chinês, a recompensa realmente vale a pena?", perguntou Gavin Wilde, que também é acadêmico sênior do Carnegie Endowment for International Peace (CEIP, na sigla em inglês), à CNN.
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