Os EUA concederam a nova licença após o governo venezuelano, liderado pelo presidente Nicolás Maduro, e a oposição retomarem as negociações na Cidade do México e chegarem a um acordo sobre a resolução da crise humanitária no país, incluindo um acordo sobre a continuação do diálogo focado nas eleições locais de 2024.
"A Chevron confirma o recebimento da Licença Geral No. 41 publicada pelo Gabinete de controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) e que autoriza a produção e a retirada de petróleo ou produtos petrolíferos produzidos pelas Joint Ventures da Chevron (JVs), e para realizar a manutenção, reparo ou manutenção relacionada das JVs da Chevron", disse um porta-voz da empresa em um comunicado enviado à Sputnik, acrescentando que a decisão do governo norte-americano traz mais transparência ao setor.
A nova licença, segundo o porta-voz, significa que a Chevron pode agora comercializar petróleo venezuelano que está sendo produzido a partir dos ativos de joint ventures da empresa.
Logotipo da Chevron em bolsa de valores de Nova York
© AP Photo / Richard Drew
No início do dia, um alto funcionário do governo dos EUA disse que o tesouro emitiu uma licença geral por tempo limitado autorizando a Chevron a retomar as operações de extração de recursos naturais na Venezuela, que entrarão em vigor por seis meses. Apesar disso, Washington mantém a autoridade para alterar ou revogar a autorização a qualquer momento caso Maduro não negocie de boa-fé ou não cumpra seus compromissos com a oposição.
O funcionário dos EUA salientou que, sob a licença, a empresa petrolífera estatal venezuelana PDVSA não receberá lucro com a venda de petróleo porque os lucros obtidos irão para o pagamento da dívida à Chevron.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa durante a COP27
© Foto / Divulgação / Presidência da Venezuela
Além disso, o funcionário dos EUA sublinhou que as sanções e restrições impostas pelos EUA à Venezuela continuam em vigor e que esta decisão não deve ser interpretada como um ambiente permissivo em relação às sanções. No entanto, os EUA afirmam que consideram ajustar as sanções contra a Venezuela, o que exigirá que o governo venezuelano tome medidas concretas em determinados assuntos.
EUA de olho no petróleo venezuelano
Recentemente, os EUA passaram a olhar para a Venezuela como uma fonte adicional de petróleo bruto em meio à crise energética global impulsionada pelas sanções contra a Rússia, mas não têm intenção de um levantamento geral das sanções, disseram fontes à Sputnik no início deste mês.
Tanques de armazenamento da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA no Terminal Sunoco, perto de Nederland, Texas
© Foto / Departamento de Energia dos EUA
O governo do presidente norte-americano, Joe Biden, está procurando opções para ajudar a baixar os preços da gasolina para os consumidores dos EUA depois que a OPEP+ decidiu reduzir a produção. Biden também enfrenta um quadro de desaceleração da economia e de queda na oferta estratégica de reservas de petróleo, reduzida de forma recorde nos EUA na tentativa de controlar os preços dos combustíveis.