Panorama internacional

Chevron confirma licença dos EUA para importação de petróleo da Venezuela

No sábado (26), a Chevron confirmou à Sputnik que recebeu autorização do governo dos Estados Unidos para extrair petróleo na Venezuela, acrescentando que a empresa está determinada a manter uma presença construtiva no país latino-americano.
Sputnik
Os EUA concederam a nova licença após o governo venezuelano, liderado pelo presidente Nicolás Maduro, e a oposição retomarem as negociações na Cidade do México e chegarem a um acordo sobre a resolução da crise humanitária no país, incluindo um acordo sobre a continuação do diálogo focado nas eleições locais de 2024.

"A Chevron confirma o recebimento da Licença Geral No. 41 publicada pelo Gabinete de controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) e que autoriza a produção e a retirada de petróleo ou produtos petrolíferos produzidos pelas Joint Ventures da Chevron (JVs), e para realizar a manutenção, reparo ou manutenção relacionada das JVs da Chevron", disse um porta-voz da empresa em um comunicado enviado à Sputnik, acrescentando que a decisão do governo norte-americano traz mais transparência ao setor.

A nova licença, segundo o porta-voz, significa que a Chevron pode agora comercializar petróleo venezuelano que está sendo produzido a partir dos ativos de joint ventures da empresa.
Logotipo da Chevron em bolsa de valores de Nova York
No início do dia, um alto funcionário do governo dos EUA disse que o tesouro emitiu uma licença geral por tempo limitado autorizando a Chevron a retomar as operações de extração de recursos naturais na Venezuela, que entrarão em vigor por seis meses. Apesar disso, Washington mantém a autoridade para alterar ou revogar a autorização a qualquer momento caso Maduro não negocie de boa-fé ou não cumpra seus compromissos com a oposição.
O funcionário dos EUA salientou que, sob a licença, a empresa petrolífera estatal venezuelana PDVSA não receberá lucro com a venda de petróleo porque os lucros obtidos irão para o pagamento da dívida à Chevron.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa durante a COP27
Além disso, o funcionário dos EUA sublinhou que as sanções e restrições impostas pelos EUA à Venezuela continuam em vigor e que esta decisão não deve ser interpretada como um ambiente permissivo em relação às sanções. No entanto, os EUA afirmam que consideram ajustar as sanções contra a Venezuela, o que exigirá que o governo venezuelano tome medidas concretas em determinados assuntos.

EUA de olho no petróleo venezuelano

Recentemente, os EUA passaram a olhar para a Venezuela como uma fonte adicional de petróleo bruto em meio à crise energética global impulsionada pelas sanções contra a Rússia, mas não têm intenção de um levantamento geral das sanções, disseram fontes à Sputnik no início deste mês.
Tanques de armazenamento da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA no Terminal Sunoco, perto de Nederland, Texas
O governo do presidente norte-americano, Joe Biden, está procurando opções para ajudar a baixar os preços da gasolina para os consumidores dos EUA depois que a OPEP+ decidiu reduzir a produção. Biden também enfrenta um quadro de desaceleração da economia e de queda na oferta estratégica de reservas de petróleo, reduzida de forma recorde nos EUA na tentativa de controlar os preços dos combustíveis.
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