"Toda taxação atrapalha, não resta dúvidas. É uma medida antipática, um remédio amargo, que de início vai trazer um certo 'esfriamento' no mercado, mas, se forem feitas as contas direitinho, veremos que a geração fotovoltaica continuará sendo vantajosa no médio e longo prazos, entretanto com um payback maior, para dizer o mínimo", avalia o professor da UFC.
"O marco legal em si não vem para trazer alívios ao Sistema Elétrico Brasileiro (SEB). Vem para remunerar as distribuidoras de energia com o uso da rede de distribuição para injetar a energia excedente gerada pela microgeração fotovoltaica na rede. Um desejo antigo das distribuidoras. O que vai trazer alívio para o SEB é o aumento da oferta de energia, e a contribuição da energia solar fotovoltaica só será mais expressiva no SEB se houver a instalação de mais e mais unidades geradoras, e um aumento de taxas vai na contramão desse propósito. Para o consumidor residencial em si, o marco não traz nenhum benefício, ao meu ver", aponta.
"Em termos de política, é desejável que a gente tenha investimentos em energia solar. É uma fonte que é complementar à eólica, é renovável, gera durante o dia, tem espaço no Brasil... É super importante que a gente tenha investimentos nessa fonte de energia. Mas o que a gente deveria ter cuidado em termos de política pública é se é uma política que gera subsídios cruzados e quem é que está pagando esses subsídios", questiona Romeiro.