As ações "provocativas" da China em torno de Taiwan não significam que Pequim está prestes a atacar a ilha autogovernada, informa um relatório do Pentágono publicado na terça-feira (29).
"Não vejo nenhum tipo de indicação iminente de uma invasão. Estamos definitivamente muito concentrados neste nível de comportamento mais intimidante e coercitivo, e observando de perto para ver como as coisas se desenrolam", disse na segunda-feira (28) um alto funcionário da Defesa aos jornalistas.
O objetivo é usar as novas capacidades militares para tomar Taiwan, de acordo com o Relatório do Poder Militar da China americano.
O documento refere o objetivo da China de conseguir Forças Armadas "de classe mundial" até 2049 através da modernização de armas, maior uso de bases militares e capacidades militares avançadas, incluindo operações informacionais. Sua "mecanização, informatização e inteligenciação" até 2027 tornariam as ações militares "mais confiáveis" para atingir a reunificação com Taiwan.
Segundo o texto, o país asiático também está implementando a abordagem multidomínio, um "conceito operacional central" que diz ser semelhante à Guerra de Precisão Multidomínio norte-americana. Ela "incorpora avanços em grandes dados e inteligência artificial para identificar rapidamente as principais vulnerabilidades no sistema operacional dos EUA e depois combinar forças conjuntas entre domínios para lançar ataques de precisão contra essas vulnerabilidades".
O relatório declara que Pequim é o único país com a vontade e a capacidade militar de desafiar a "ordem mundial" liderada por Washington. Camboja, Mianmar, Tailândia, Cingapura, Indonésia, Paquistão, Sri Lanka, Emirados Árabes Unidos, Quênia, Guiné Equatorial, Seychelles, Tanzânia, Angola e Tajiquistão foram mencionados como países em que a República Popular da China poderia criar "instalações de logística militar".
O arsenal nuclear foi igualmente apontado pelo Departamento de Defesa americano como uma preocupação, com uma previsão de 1.500 ogivas até 2035, contra a estimativa atual de mais de 400. No entanto, os EUA ainda têm cerca de 3.750 delas.
O Pentágono apontou o teste em 2021 de um novo sistema de armas hipersônicas, um "veículo de planador hipersônico e sistema de bombardeio orbital fracionado", e ainda um míssil balístico de alcance médio DF-17, que poderia "atacar bases e frotas militares estrangeiras no Pacífico Ocidental", como potenciais perigos.
Segundo o relatório, a Força Aérea do país também está rapidamente se aproximando da do Ocidente, com treinamento e exercícios mais realistas e o uso de mísseis ar-ar e outras defesas antiaéreas.