Ciência e sociedade

Alemanha quer expulsar Rússia de grande projeto científico europeu, mas há resistências

A Alemanha quer expulsar a Rússia da Instalação Europeia de Laser de Elétrons Livres de Raios X (European XFEL, em inglês), mas há resistência de outros países.
Sputnik
Segundo o presidente do Instituto Kurchatov, da Rússia, o físico Mikhail Kovalchuk, a Alemanha tem discriminado cientistas russos que participam das pesquisas do European XFEL.
As autoridades germânicas querem que a Rússia seja completamente expulsa do projeto, apesar da resistência de outros países, disse ele.
Kovalchuk chamou a atenção para as grandes contribuições da Rússia para o European XFEL, no valor de US$ 42 milhões (R$ 217,9 milhões) por ano, e expressou sua preocupação com a Alemanha em um seminário para jovens cientistas em Sochi.

"Os alemães exigem que sejamos expulsos. E todos os outros participantes, eslovacos, suecos, que seguem tudo o que os alemães dizem, entendem que, assim que sairmos, eles terão que pagar esse dinheiro. Eles não têm. Eles não pagam já, nem poloneses, nem eles [eslovacos, suecos]. Eles têm dívidas, por isso tudo vai desabar", comentou Kovalchuk.

Segundo o cientista, no início da semana, a Alemanha propôs eliminar nomes de cientistas russos de um artigo do European XFEL, mas outros países ficaram do lado da Rússia na questão.
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Kovalchuk acrescentou que os alemães "se comportaram de forma absolutamente agressiva" e "aterrorizaram a todos", enquanto outros países participantes ficaram "com medo, mas tentaram não apoiar [a Alemanha]".
O cientista russo lembrou ainda que a Alemanha não quis deixar um representante russo participar de uma das reuniões e ameaçou cancelá-la caso o representante não fosse embora.
O Europena XFEL é um projeto internacional único de pesquisa de raios X em megaciência. Ele permite estudar mais de perto átomos e diferentes nanosubstâncias, o que possibilitará o desenvolvimento de novos materiais com determinadas propriedades.
Doze países participam da pesquisa. O Instituto Kurchatov supervisiona a participação da Rússia no projeto.
A Rússia cobriu mais de um quarto do custo total do projeto, pagando mais do que o resto dos países juntos, à exceção da Alemanha, que forneceu cerca de metade dos fundos necessários.
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