As informações foram confirmadas nesta sexta-feira (2) pelo chefe do Comitê de Cultura do Parlamento iraniano, Gholamreza Montazeri. Segundo ele, os parlamentares lidarão com "questões relacionadas à modéstia da aparência e ao hijab de maneira especializada".
"Nós, no parlamento, também estamos prontos para ajudar se houver alguns pontos ambíguos ou não construtivos na lei", disse Montazeri, segundo a agência de notícias iraniana ISNA.
Manifestações populares violentas eclodiram no Irã em meados de setembro em conexão com a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, que faleceu sob custódia policial após ser detida por usar um hijab de modo "inapropriado".
Muitos cidadãos iranianos acusaram a polícia pela morte de Amini, alegando que os policiais a atingiram na cabeça. Teerã acredita que a agitação foi instigada pelos setores de inteligência de alguns países no exterior.
O comandante do Exército iraniano, major-general Seyyed Abdolrahim Mousavi, afirmou recentemente que a recente agitação social no Irã é parte de um plano dos Estados Unidos para interromper as negociações sobre a restauração do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), também conhecido como acordo nuclear iraniano.
Durante os protestos, membros das forças de segurança do Irã teriam sido atacados, e alguns foram mortos em confrontos com manifestantes.
A violência nas ruas está concentrada principalmente nas províncias de Gilan, Khuzestan, Sistan e Baluchestan, Teerã e Curdistão.
Além disso, ataques a clérigos e imãs de mesquitas iranianas aumentaram nas províncias periféricas do país no início de novembro.
Agências de aplicação da lei prenderam pessoas recrutadas por serviços de inteligência de Israel e Arábia Saudita, de acordo com Teerã. Grande quantidade de armas regularmente fornecidas aos manifestantes foram apreendidas nas fronteiras do Irã.
Desde que os protestos em todo o país começaram, há mais de dois meses, Teerã convocou vários embaixadores estrangeiros por causa dos comentários sobre os distúrbios feitos por seus funcionários.