Operação militar especial russa

Secretário de Estado dos EUA: não determinamos as condições de negociação entre Rússia e Ucrânia

Antony Blinken assegurou que os EUA pretendem manter a paz com a Rússia e mencionou supostos planos russos de usar armas nucleares, algo que é negado por Moscou.
Sputnik
Os EUA não definirão os termos das negociações entre a Rússia e a Ucrânia, mas apoiarão a decisão de Kiev, disse na sexta-feira (2), Antony Blinken, secretário de Estado americano.
"Nós não vamos definir os termos [das negociações] para a Ucrânia. Será uma decisão da Ucrânia e nós apoiaremos essa decisão", disse Blinken ao canal France 2.
"Para [o presidente dos EUA, Joe] Biden é necessário evitar o alastramento do conflito na Ucrânia. Pelo contrário, queremos acabar com ele e de forma alguma expandi-lo. Não queremos uma guerra com a Rússia, [e] especialmente não queremos uma terceira guerra mundial. Não é isso que queremos", continuou ele.
O alto responsável disse que o diálogo entre a Rússia e a Ucrânia é sempre possível e que os EUA estão abertos a essa opção.
Ao mesmo tempo, o membro da Casa Branca apontou que Washington continua em contato com Moscou.
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"Sim, estamos em contato com a Rússia. Há tópicos importantes sobre os quais temos que falar. Por exemplo, continuamos em contato com a Rússia porque tememos que ela utilize armas nucleares, o que seria uma catástrofe", disse Blinken.
O secretário de Estado comentou que os Estados Unidos "ainda não viram a Rússia se movendo nessa direção, mas os temores permanecem". Ele disse querer uma paz duradoura na Ucrânia não apenas no papel, mas também na prática.
Nos últimos meses têm havido relatos de que Washington pressiona Kiev para chegar a um cessar-fogo com Moscou. No entanto, os EUA também têm assinalado que o momento e as condições de negociações devem ser decididos pela Ucrânia.
Anteriormente, Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse que Moscou nunca declarou que tomaria a iniciativa de usar armas nucleares, e que a ideia de que o país as pretende utilizar serve o propósito de influenciar negativamente os países amigos da Rússia.
Uma carta de Vasily Nebenzya, embaixador da Rússia junto à ONU, também sublinhou que a Rússia não planejou e não planeja usar armas nucleares na Ucrânia.
Enquanto isso, Dmitry Peskov, porta-voz presidencial russo, observou que ninguém na Rússia fala sobre armas nucleares, e que tal retórica só se ouve na Europa.
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