Daly fez seus comentários após votar contra uma resolução que pedia um maior envolvimento da União Europeia (UE) na Líbia.
"Votei contra este relatório", disse ela em um vídeo postado em sua página no Twitter. "O momento é bastante apropriado, tal como acontece, poucas semanas após o 11º aniversário do dia em que o líder líbio Muammar Kadhafi foi morto durante o ataque da OTAN à Líbia: sodomizado com uma baioneta e baleado na cabeça", disse a eurodeputada irlandesa.
"A intervenção da OTAN na Líbia, realizada em nome da proteção da liberdade, democracia e dos direitos humanos, é algo que faríamos bem em lembrar enquanto a OTAN trava sua guerra por procuração na Ucrânia em nome de, [sim] vocês adivinharam, liberdade, democracia e direitos humanos", continuou ela.
Kadhafi foi deposto e torturado por militantes apoiados pela OTAN em outubro de 2011.
"O que acontece depois que a OTAN intervém em seu país com base nisso?", perguntou Daly aos parlamentares da UE. "Terror, morte, desordem, estupro, pobreza, fome."
"A Líbia é um país dilacerado pelo conflito, sua economia [está] destruída, sua população – anteriormente a mais rica da África – mergulhada e atolada na pobreza", ressaltou Daly. "Os migrantes são comprados e vendidos em mercados de escravos. É um país de valas comuns, de crimes contra a humanidade. Este é o legado da OTAN."
Outrora uma nação próspera e rica em petróleo, a Líbia virou uma anarquia após o assassinato de Kadhafi. Um relatório da Anistia Internacional publicado neste ano descreve as condições no país como “infernais”.