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Pentágono está preocupado com prazo orçamentário, que ameaça privar Ucrânia de financiamento militar

A atual "resolução contínua", um tipo de lei de gastos orçamentários destinada a evitar que o governo fique sem dinheiro caso o Congresso e o presidente não cheguem a acordo, deve expirar no dia 16 de dezembro. Se não for aprovada, o Pentágono pode ficar sem quase US$ 30 bilhões no orçamento prometido.
Sputnik
O secretário de Defesa Lloyd Austin e outros altos funcionários do Pentágono estão pressionando o Congresso para aprovar um projeto de lei de orçamento federal e de defesa para 2023, em vez de uma resolução contínua de um ano para evitar sacrifícios dolorosos para os novos programas, incluindo o apoio à Ucrânia.

"Deixe-me pedir ao Congresso que aprove uma dotação pontual para que possamos obter recursos para fortalecer ainda mais nossa dissuasão", disse Austin aos participantes de um fórum de defesa na Califórnia na sexta-feira (2), com a participação de legisladores de ambos os partidos.

Alguns republicanos, incluindo o novo presidente da Câmara, Kevin McCarthy, pediram que o projeto de lei de autorização de defesa de 2023 seja finalizado no início do ano que vem, depois que o novo Congresso se reunir e o Partido Republicano ganhar o controle sobre a câmara legislativa inferior. Isso, acredita o partido, daria mais espaço nas negociações sobre cortes de gastos.
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No entanto, se o acordo sobre o orçamento não puder ser alcançado antes de 16 de dezembro, os legisladores vão poder aprovar uma resolução contínua com duração entre uma semana e um ano. Esta última opção congelaria os gastos governamentais e militares nos níveis de 2022, levando o Pentágono a instar o Congresso a aprovar um orçamento adequado para evitar dezenas de bilhões de dólares em cortes, de pesquisa e desenvolvimento à guerra por procuração de Washington contra a Rússia na Ucrânia.

"Ainda tenho dificuldade em acreditar que uma resolução contínua de ano inteiro seria viável para nós. É uma grande ameaça, uma grande ameaça", disse o chefe da Controladoria do governo, Michael McCord, à mídia norte-americana no sábado (3). "Seria uma realidade ruim".

O Departamento de Defesa calculou que uma resolução contínua o forçaria a cortar cerca de US$ 29 bilhões (aproximadamente R$ 151,3 bilhões) em gastos prometidos descritos no orçamento de defesa de US$ 813,3 bilhões (cerca de R$ 4,2 trilhões) da Casa Branca para 2023.
O congelamento ameaçaria uma ampla gama de programas, incluindo munição para a Ucrânia. De qualquer maneira, o financiamento de Washington para Kiev deve acabar na primavera caso o Congresso não aprove um novo pedido de US$ 37,7 bilhões (cerca de R$ 196,7 bilhões) da Casa Branca para novos gastos.
"A Ucrânia está em uma luta contínua e nós somos o ajudante número um deles. Se eles ficarem sem munição, ficarão em uma situação ruim", disse McCord.
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Uma resolução contínua também significaria US$ 5 bilhões (cerca de R$ 26,1 bilhões) a menos no programa de modernização da tríade nuclear de US$ 2 trilhões (aproximadamente R$ 10,5 trilhões) em andamento, US$ 800 milhões (cerca de R$ 4 bilhões) a menos para novos submarinos armados com mísseis nucleares, que devem entrar em operação em 2031, quando as embarcações da classe Ohio forem aposentados. Além disso, significaria cortes de US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 7,3 bilhões) em outros programas da Marinha, incluindo o novo porta-aviões USS Enterprise e os submarinos de ataque da classe Virginia.
Outros gastos a serem cortados incluiriam os novos sistemas de mísseis, como os programas hipersônicos atrasados, o reforço militar e projetos de infraestrutura, aumentos salariais prometidos e bônus de inscrição de recrutamento.
O corte efetivo no financiamento também significaria menos dinheiro para programas destinados a permitir que os EUA mantenham a superioridade militar sobre a China e programas estratégicos como o novo B-21 Raider, que foi apresentado na sexta-feira em uma cerimônia luxuosa com a presença de Austin. Uma resolução contínua de um ano significaria apenas US$ 108 milhões (aproximadamente R$ 563,5 milhões) para a aquisição do B-21, insuficiente para comprar até mesmo um único bombardeiro, atualmente com preço de US$ 692 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões) cada.
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"Não podemos superar a China com as mãos atadas nas costas três, quatro, cinco ou seis meses em cada ano fiscal", teria reclamado McCord, em uma carta aos legisladores.
O debate sobre os gastos ocorre quando a dívida nacional dos EUA continua a crescer, ultrapassando os US$ 31 trilhões (cerca de R$ 161,7 trilhões) em outubro, enquanto o total de passivos não financiados dos EUA atingem US$ 173 trilhões (aproximadamente R$ 902,6 trilhões), ou US$ 518.700 (quase R$ 2,7 milhões) para cada cidadão do país. A relação entre a dívida federal e o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA atingiu 121,51%, uma das mais altas do mundo industrializado.
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