Panorama internacional

União Europeia ainda importa 'muito mais' energia russa do que a Índia, afirma chanceler indiano

A Índia rejeitou a pressão ocidental para cortar os laços comerciais com Moscou e, em vez disso, emergiu como o maior importador de petróleo russo transportado por via marítima neste mês.
Sputnik
O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, disse nesta segunda-feira (5), que a União Europeia (UE) continua sendo o maior comprador global de combustíveis fósseis russos, importando "muito mais" petróleo bruto, carvão e gás natural do que a Índia.
As declarações do chanceler indiano foram feitas durante uma coletiva de imprensa conjunta com sua contraparte alemã, Annalena Baerbock, que está em visita oficial a Nova Deli.

"Entre 24 de fevereiro e 17 de novembro, a União Europeia importou mais combustíveis fósseis da Rússia do que os dez países subsequentes juntos", afirmou Jaishankar, abordando uma questão sobre a decisão de Nova Deli de aumentar as importações de petróleo russo em meio à volatilidade global nos preços da energia causada pelos esforços dos países ocidentais para eliminar gradualmente os suprimentos russos da cadeia de suprimentos global após a operação militar especial na Ucrânia.

Jaishankar afirmou que o petróleo "importado pela União Europeia é seis vezes o [equivalente ao] importado pela Índia".
"Gás é infinitas vezes porque não importamos [gás da Rússia], enquanto a União Europeia importou cerca de € 50 bilhões [cerca de R$ 276,9 bilhões] em gás. Mesmo as importações de carvão da Rússia para a União Europeia, não estou destacando nenhum país, são 50% maiores do que a Índia importou", destacou o ministro das Relações Exteriores da Índia.
Jaishankar explicou que era errado presumir que a UE estava fazendo algo diferente do que a Índia estava fazendo.
O ministro das Relações Exteriores da Índia disse que havia uma "quantidade finita de recursos energéticos disponíveis no mundo".
Ele afirmou ainda que os esforços contínuos da UE para reduzir a dependência do fornecimento de energia da Rússia e recorrer ao Oriente Médio para substituição criaram uma pressão nos mercados globais de energia.
Jaishankar destacou que os países do Golfo são tradicionalmente os principais fornecedores de países como a Índia.
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O clube de nações ricas do G7 (composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), a UE e a Austrália, nesta segunda-feira, introduziram um teto de preços para o petróleo russo transportado por via marítima em uma tentativa de reduzir a importação de petróleo bruto da Rússia. Os países ocidentais também disseram que parariam completamente de importar petróleo russo até fevereiro de 2023.
Os governos do Ocidente também impuseram oito rodadas de sanções contra Moscou em uma tentativa de privar a Rússia das receitas comerciais em vários setores.
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