A Justiça argentina condenou hoje (6) a vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner a seis anos de prisão e inabilitação especial vitalícia para o exercício de cargo público. Apesar da condenação, ela não será presa porque tem foro privilegiado.
Ela é acusada de "administração fraudulenta" e de ter beneficiado uma empresa privada em licitações de obras públicas na província de Santa Cruz, entre 2003 e 2015, durante a sua passagem pela presidência e a do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).
De acordo com a acusação, a organização chefiada pela vice-presidente cometeu fraudes que tiraram US$ 1 bilhão (R$ 5,24 bilhões) do Estado argentino.
Manifestação em apoio à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner
© Divulgação/La Cámpora
Ela nega as acusações e afirma que é vítima de uma perseguição política. Ela ainda pode recorrer da sentença em outras instâncias da Justiça até chegar ao Supremo Tribunal Federal. Sua inabilitação política só começa a valer quando estiverem esgotadas todas as instâncias recursais.
Nos últimos três anos, a Justiça argentina ouviu 114 testemunhas em 117 audiências, onde foi debatida a denúncia apresentada pelo ex-chefe da Administração Nacional de Estradas de Rodagem, Javier Iguacel, ligada a irregularidades em 51 obras rodoviárias.
Entre as testemunhas estavam o presidente Alberto Fernández, o ministro da Economia Sergio Massa e outros membros do governo que participaram das gestões de Néstor e Cristina Kirchner.
Entre as testemunhas estavam o presidente Alberto Fernández, o ministro da Economia Sergio Massa e outros membros do governo que participaram das gestões de Néstor e Cristina Kirchner.
'É uma máfia judicial', diz Kirchner
Desde o início do processo, a ex-presidente garantiu que o processo contra ela foi armado politicamente pela oposição e pelo que chama de "Partido Judiciário". "É um pelotão de fuzilamento", definiu a ex-presidente ao tribunal.
"Não é uma condenação pela Constituição, tem origem num sistema de 'lawfare', é uma máfia judicial", disse a vice-presidente.