Durante a abertura do da 7ª Mostra de Base Industrial de Defesa nesta terça-feira (6), o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, mencionou o conflito entre Rússia e Ucrânia e disse que, assim como os países europeus, o Brasil deveria aumentar a verba que se destina à pasta.
"O conflito [entre Rússia e Ucrânia] também mostra, de forma clara, que a sociedade não pode negligenciar os assuntos de defesa e muito menos destinar recursos aquém do necessário para, primeiramente, dissuadir e, se necessário, enfrentar a força adversa", disse Nogueira citado pela Folha de São Paulo.
O ministro também acrescentou que vê no aumento dos orçamentos da Europa uma "referência para o Brasil": "Defesa não se improvisa", afirmou. Nogueira ainda disse que a meta do ministério é aumentar, de forma progressiva, o orçamento da pasta do atual 1,2% do PIB para 2%, segundo a mídia.
"Se chegássemos nos próximos dez anos a esses 2% do PIB daria uma regularidade e continuação na pauta do ministério, na indústria de defesa nacional, [para alcançar] o êxito que tanto almejamos", completou.
Entretanto, o pedido de Nogueira vai na direção contrária aos objetivos do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O senador Marcelo Castro (MDB-PI) já afirmou que o foco da PEC da Transição e de seu parecer ao Orçamento de 2023 será a recomposição dos recursos para os programas deficitários e a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil, que deve voltar a se chamar Bolsa Família.
A proposta de Orçamento apresentada pelo governo Jair Bolsonaro (PL) para 2023 traz cortes em diversas áreas, como saúde e habitação, com risco de paralisia em serviços como a Farmácia Popular e o programa Casa Verde e Amarela (antigo Minha Casa, Minha Vida), relata a mídia.
A transição no Ministério da Defesa e nas Forças Armadas é um dos principais desafios para a equipe do presidente eleito, conforme noticiado.
O evento no qual o ministro discursou é promovido pela Associação Brasileira de Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) e reúne centenas de empresários e lobistas do setor de defesa em Brasília.