Nesta terça-feira (6), o Ministério das Relações Exteriores israelense convocou o enviado das Nações Unidas ao Oriente Médio, Tor Wennesland, depois que Wennesland prestou condolências e expressou "horror" pelo assassinato de um palestino.
Na tarde de sexta-feira (2), o palestino Ammar Mifleh teria tentado entrar no veículo de um casal israelense na cidade de Huwara. Enquanto tentava arrombar a porta trancada, um dos ocupantes, um oficial das Forças de Defesa de Israel fora de serviço, atirou e feriu Mifleh com sua arma, relata o The Times of Israel.
Mifleh então correu para um policial de fronteira próximo e o esfaqueou no rosto, ferindo-o levemente. O oficial conseguiu puxar Mifleh para longe deles com uma chave de braço, mas o palestino se libertou brevemente das mãos do oficial e pareceu tentar pegar o rifle do oficial. O rifle do policial caiu no chão quando ele puxou uma arma de um coldre e disparou quatro vezes à queima-roupa, matando Mifleh, diz a mídia.
Mais tarde, Wennesland disse que estava "horrorizado com o assassinato de um homem palestino" e que "os responsáveis devem ser responsabilizados". Os comentários do enviado das Nações Unidas foram criticados por autoridades israelenses.
O primeiro-ministro, Yair Lapid, apoiou o oficial que atirou no agressor.
"Qualquer tentativa de distorcer a realidade e contar histórias falsas para o mundo é simplesmente uma desgraça. Nossas forças de segurança continuarão a agir com determinação contra o terror onde quer que ele apareça", afirmou o premiê.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Emmanuel Nahshon, também criticou a declaração dizendo que o ocorrido não foi uma briga, mas "um ataque terrorista". Já o ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, também disse que "condenava veementemente" os comentários de Wennesland.
As FDI apontam suas armas enquanto se posicionam na cidade ocupada de Hawara, na Cisjordânia, após um incidente durante o qual um palestino foi morto a tiros pela polícia israelense, em 2 de dezembro de 2022
© AFP 2023 / Jaafar Ashtiyeh
Na semana passada, o enviado alertou que o conflito israelo-palestino estava "chegando ao ponto de ebulição", segundo a mídia.
"Os altos níveis de violência na Cisjordânia ocupada e em Israel nos últimos meses, incluindo ataques contra civis israelenses e palestinos, aumentaram do uso de armas e violência relacionada aos colonos, causaram grave sofrimento humano", afirmou.
Mifleh foi o nono palestino morto na violência na Cisjordânia em menos de quatro dias.