Ciência e sociedade

Cientistas descobrem em morcegos novos parasitas atípicos capazes de provocar doenças (FOTO)

Cientistas da Universidade Estatal de Medicina de Tyumen (TyumSMU, na sigla em inglês), Rússia, encontraram em morcegos novos parasitas atípicos.
Sputnik
Segundo eles, a troca interespecífica de parasitas potencialmente ameaça com a transmissão de uma série de doenças perigosas para os seres humanos. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Ecologica Montenegrina.
Pesquisadores da universidade russa, juntamente com seus colegas de Belarus, identificaram novos parasitas atípicos em morcegos-arborícolas-grandes e morcegos-de-água. Ambas as espécies habitam na Europa e são as mais comuns na Rússia e Belarus.
As pulgas descobertas das espécies Paleopsylla soricis soricis e Amalaraeus penicilliger são capazes de transmitir Rickettsia, que pode causar doenças como tifo epidêmico e a febre escaronodular ou botonosa. De acordo com os cientistas, anteriormente esses parasitas eram encontrados apenas em roedores e insetívoros.
"A descoberta de novos parasitas confirma que os morcegos são um grupo não isolado, capaz de espalhar infecções focais naturais perigosas. Colegas de diferentes países expressam com cada vez maior frequência preocupações com a expansão das relações habituais 'parasita-hospedeiro' que hoje são observadas na natureza", explicou a professora Maria Orlova da universidade de Tyumen.
espécies de pulgas descobertas Paleopsylla soricis e Amalaraeus penicilliger (TyumSMU)
Segundo os pesquisadores, as principais causas dessas transformações são as mudanças climáticas no planeta e o crescimento urbano contínuo. Esses fatores desencadeiam mudanças nos habitats dos animais e alteram os contatos entre espécies, criando novas oportunidades para intercâmbio de parasitas.
"Um processo semelhante está sendo ativamente estudado em doenças virais, descobrimos uma nova rodada de troca interespecífica de parasitas. Esta é uma situação bastante alarmante, pois, por exemplo, o morcego-arborícola-grande pode frequentemente viver nos sótãos de casas ou outras construções, o que cria a possibilidade de transmitir infeções aos seres humanos", ressaltou Orlova.
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Especialistas da universidade russa acreditam que em um futuro próximo a humanidade pode enfrentar novas doenças e transmissores inesperados, por isso é importante que as comunidades científica e médica estejam vigilantes.
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