Durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (7), Aloizio Mercadante comunicou que o novo governo eleito dividirá o Ministério da Economia em três partes. Os ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG); da Fazenda; e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) serão recriados a partir de 1º de janeiro, segundo O Globo.
"Nós tínhamos Ministério da Fazenda; Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Essas estruturas vão voltar a existir. O Brasil era muito mais eficiente e tinha políticas muito mais competentes com essa distribuição do que pegar e jogar tudo na Economia", afirmou Mercadante.
O economista e um dos fundadores do PT, que também já foi ministro de diversas pastas, acrescentou que: "toda demanda intragoverno está no Ministério do Planejamento e Orçamento, é fundamental inclusive para aliviar o Ministério da Fazenda para cuidar da política fazendária, macroeconômica. A indústria e o comércio exterior geram emprego, investimento".
Segundo a mídia, ao longo da coletiva, integrantes da equipe de transição na área afirmaram que o Brasil passou por um processo de desindustrialização e que a recriação dessas estruturas é importante para focar no desenvolvimento da área.
Ao mesmo tempo, Mercadante afirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) ficarão sob supervisão do novo Ministério do Comércio Exterior e Serviços.
"O presidente [eleito] Lula deixou claro que Apex e BNDES estarão no novo MDIC. Os que tentaram argumentar de forma contrária não passaram da preliminar com ele. É preciso ter foco e ousadia e tratar da promoção dos produtos brasileiros [no exterior]. O BNDES tem que ser esse instrumento de impulsionar a industrialização e resgatar as estruturas já existentes no país."
O coordenador da transição também criticou a gestão do BNDES durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, apenas 19% dos R$ 90 bilhões de crédito oferecido pelo banco vai para a Indústria, enquanto 25% fica com a Agricultura.
"Dizem que o mercado fica nervoso. Eu fico nervoso quando vejo o BNDES emprestar mais para a agricultura que para a indústria. Temos que fomentar o mercado privado, temos. Mas isso exige um complemento do financiamento público com o BNDES, especialmente para a infraestrutura e indústria", complementou.