Segundo Piskorski, a futura degradação da infraestrutura crítica vai resultar no declínio populacional, desurbanização e desindustrialização da Ucrânia.
"O que significa isso para a Polônia? Talvez mais uma onda migratória. Ou provavelmente mais despesas em várias áreas. Contudo, há outra questão mais importante: será que as táticas atuais dos russos conseguirão pôr fim ao conflito e forçar Kiev a conduzir negociações?", questiona o autor.
"Do ponto de vista da nossa segurança e estabilidade, é importante não fazermos fronteira com um território envolvido em combates militares. Por isso, tudo que acelere o fim do conflito é vantajoso para a parte polonesa, mesmo que não beneficie Kiev", afirma o jornalista.
Ele sublinha que a Ucrânia já sofreu "perdas imensas" no seu complexo militar-industrial.
Desde 10 de outubro, as Forças Armadas da Rússia têm regularmente atacado alvos militares, instalações de comunicações e energéticas ucranianas. Segundo Vladimir Putin, tais medidas são a resposta russa ao atentado terrorista na Ponte da Crimeia e a outros ataques contra a infraestrutura civil da Rússia.
No fim de novembro, o chefe da empresa energética nacional da Ucrânia Ukrenergo, Vladimir Kudritsky, reconheceu que, em resultado dos ataques russos, todas as usinas termelétricas e hidrelétricas do país foram afetadas. Em 15 de novembro, o primeiro-ministro ucraniano Denis Shmygal comunicou que quase metade do sistema energético do país deixou de funcionar.