A carta foi divulgada nas redes sociais do ex-presidente, que está preso pelo suposto crime de rebelião, após tentar dissolver o Congresso peruano em 7 de dezembro
"Falo a vocês na situação mais difícil de meu governo, humilhado, incomunicável, maltratado e sequestrado, mas ainda assim revestido com a vossa confiança e luta, com a majestade do povo soberano, mas também infundidos com o espírito glorioso dos nossos antepassados", disse Castillo em trecho da carta
Querido povo peruano, grandioso e paciente
Dezesseis meses depois de ter assumido o poder no seu país, Castillo afirma ter sido vítima da "direita golpista" e declarou que não renunciará a sua função como chefe de Estado.
O presidente deposto disse que o povo peruano não deve cair no “jogo sujo” de convocar novas eleições para 2024, anunciado por Boluarte
"O que foi dito recentemente por uma usurpadora não é mais do que o mesmo ranho e sanha da direita golpista. Portanto, o povo não deve cair no jogo sujo das novas eleições", acusou Castillo.
Castillo, que já pediu asilo político no México em um momento em que o país andino vive uma de suas crises políticas mais graves dos últimos anos, cobrou a convocação de uma Assembleia Constituinte, uma de suas pautas de campanha que foi travada pelo atual Congresso.
Nos últimos dias houve protestos em diferentes regiões do Peru para exigir a libertação de Castillo, a dissolução do Congresso e a convocação de uma constituinte. Até agora, as manifestações deixaram duas pessoas mortas e várias feridas, segundo as autoridades.