A declaração de El-Hag ocorreu em entrevista à Capital Broadcasting Center.
"Começaremos a minerar urânio bruto em 2024 com a ajuda de especialistas e ideias egípcias", disse, acrescentando que, como o urânio bruto não pode ser usado em reatores de usinas nucleares, o Cairo terá que enviá-lo para outros países para processamento, observou o chefe da EAEA.
Apesar disso, o Egito é dono de uma das nove usinas para a produção de combustível nuclear do mundo isso Isso permitirá que o Cairo economize dinheiro, já que é mais caro importar combustível do que produzi-lo internamente, acrescentou El-Hag.
"Se chegarmos a acordos sérios, provavelmente poderemos exportar combustível nuclear usado para reatores científicos", disse o presidente da EAEA à emissora. El-Hag também apontou que o Egito precisa de pessoal altamente qualificado para trabalhar neste setor.
O Egito começou a exploração de depósitos de urânio em 1965, com minas perfuradas no deserto ocidental que faz fronteira com a Líbia, e no deserto oriental, próximo da cidade turística de Hurghada.
Parceria com a Rússia
Em 2015, o Egito assinou um acordo com a Rússia para a cooperação na construção de sua primeira usina nuclear, na cidade de El Dabaa, com a previsão de que a Rússia adiantará um empréstimo de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 132 bilhões) para a realização da obra.
Participantes passam pelo estande da empresa estatal russa Rosatom, no Fórum Internacional AtomExpo, Sochi, Rússia, 21 de novembro de 2022
© Foto / Ekaterian Lyzlova
Em novembro de 2022, estatal nuclear russa Rosatom começou a construir a segunda unidade de energia da usina nuclear de El Dabaa. A usina será composta por quatro unidades de energia operando em reatores nucleares russos avançados VVER-1200.
Em novembro, a empresa de combustíveis da Rosatom e a EAEA também assinaram um acordo para o fornecimento de componentes de combustível nuclear de baixo enriquecimento ao Egito para seu reator nuclear de pesquisa localizado na vila de Inshas.