Em uma entrevista coletiva convocada logo após a deflagração de manifestações violentas em Brasília, Flávio Dino criticou a postura do governo federal e disse que existe omissão por parte do Executivo.
"Nós não temos ainda a caneta na mão, estou falando com Ibaneis [Rocha, governador do DF), Andrei [Passos, futuro diretor da PF] e com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, mas o governo federal precisa dar respostas”, afirmou.
Dino disse que já foram tomadas medidas para responsabilizar os culpados e que esse processo de identificar e punir os vândalos vai prosseguir nos próximos dias.
"Estamos aqui para consignar o fundamental. Em primeiro lugar, as medidas de responsabilização já adotadas. As que foram adotadas hoje [12] e as que vão ser adotadas a partir de amanhã", afirmou Dino.
"Ninguém, absolutamente ninguém com atos de violência vai fazer cessar a providência de responsabilização. Isso todos podem ficar tranquilos. Com serenidade, com prudência, com tranquilidade, nos termos da lei. Todas as pessoas serão responsabilizadas", continuou Dino.
Mais cedo, o ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, escreveu em uma rede social que o Ministério da Justiça, por meio da Polícia Federal (PF), "manteve estreito contato" com a Secretaria de Segurança do DF e com o governo do DF.
Foi informado pelo portal G1 que o ministério fez os contatos "a fim de conter a violência e restabelecer a ordem". Ele disse que "tudo será apurado e esclarecido" e que a situação está se normalizando".
Na noite desta segunda-feira (12), apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília. Carros e ônibus foram danificados e incendiados. A Polícia Militar entrou em confronto com os manifestantes.
Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária, expedido pelo Supremo Tribunal Federal, contra o indígena José Acácio Tserere Xavante.
Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes. A polícia diz que o preso está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão "estão sendo adotadas nos termos da lei".
Após a prisão de Tserere, um grupo de radicais tentou invadir um prédio da PF e incendiou carros. A Polícia Militar foi chamada e reagiu com bombas de gás e balas de borracha. Houve confronto com os radicais.