"Esse problema existe. Existe também na Lituânia. [Lá], homenageiam, erguem monumentos em homenagem a pessoas consideradas como heróis nacionais, por eles terem lutado contra o regime soviético, mas, ao mesmo tempo eram colaboradores nazistas que participaram de crimes nazistas, do genocídio", afirmou Helen Germain, representante do Departamento de Estado dos EUA para as questões do Holocausto, citada pela agência ELTA.
"Tais exemplos aparecem na Ucrânia, na Croácia, em outros países. A Alemanha sempre tem claramente declarado que os nazistas eram perpetradores do Holocausto. Mas, de fato, cada país teve seus ajudantes locais que participavam desses crimes. Infelizmente, podemos dizer isso em relação à Lituânia", destacou Germain.
A representante do Pentágono citou como exemplo o massacre de Ponary, que foi um assassinato em massa de judeus, polacos e russos perpetrado pelos nazistas alemães juntamente com colaboradores lituanos. Além disso, a diplomata não esqueceu Jonas Noreika que, sendo governador da província de Siauliai, ordenou que todos os judeus da região fossem realojados em guetos e privados de seus bens.
Nesse contexto, Helen Germain também recordou Juozas Krikstaponis, que matou judeus e prisioneiros de guerra em território belarusso.
Posteriormente, ambos Jonas Noreika e Juozas Krikstaponis se juntaram ao movimento guerrilheiro Irmãos da Floresta e, na sequência disso, são homenageados na atual Lituânia como heróis nacionais.
Nos anos da Segunda Guerra Mundial, a comunidade judaica no país báltico, considerada uma das maiores na Europa, foi quase totalmente exterminada. Cerca de 220 mil pessoas foram mortas. As suas propriedades, tanto de cidadãos particulares, como de comunidades religiosas, foram nacionalizadas durante a guerra.