Ciência e sociedade

Ex-CEO do Twitter assume responsabilidade pela censura política da rede social

O cofundador e ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey, disse nesta quarta-feira (14) que ele era o único responsável pela suscetibilidade da empresa ao governo e à influência corporativa.
Sputnik
"A mídia social deve ser resiliente ao controle corporativo e governamental. Somente o autor original pode remover o conteúdo que produz. A moderação é melhor implementada pela escolha algorítmica. O Twitter, quando eu comandava, e o Twitter de hoje não atendem a nenhum desses princípios. A culpa é só minha, pois desisti completamente de pressioná-los quando um ativista entrou em nosso corpo de ações em 2020”, escreveu ele em seu blog pessoal.
Dorsey disse que percebeu que as empresas se tornaram "muito poderosas" depois que o Twitter suspendeu a conta do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em janeiro de 2021.
Segundo ele, seu maior erro foi investir no desenvolvimento de ferramentas que permitissem à empresa "gerenciar a conversa pública", em vez de "criar ferramentas para que as pessoas que usam o Twitter pudessem gerenciá-lo facilmente por conta própria", acrescentou Dorsey. Isso, segundo o ex-CEO, "sobrecarregava a empresa com muito poder" e a tornava suscetível a "pressões externas".
O novo proprietário do Twitter, o bilionário americano Elon Musk, teria dado acesso a documentos internos a alguns jornalistas independentes para investigar a censura politicamente motivada na empresa antes de sua aquisição. Bari Weiss e Matt Taibbi apresentaram suas descobertas em tópicos de tweets no início deste mês.
Weiss disse que descobriu que o Twitter supostamente costumava ter uma equipe especial instruída a "criar listas negras, impedir que tweets desfavorecidos se tornassem tendências e limitasse ativamente a visibilidade de contas inteiras ou até tópicos de tendências". Taibbi alegou que, antes das eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos, o Twitter deliberadamente tomou medidas para minimizar o escândalo em torno do laptop do filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Hunter. O laptop teria evidências da participação de Hunter Biden em crimes relacionados a impostos, uso de drogas, lavagem de dinheiro e negócios ilegais em países estrangeiros, incluindo Ucrânia e China.
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