Nesse contexto, nota-se que anteriormente Morrison presidiu o julgamento do líder sérvio Karadzic, que está cumprindo uma pena de prisão perpétua no Reino Unido.
Segundo disse ao Sky News a procuradora-geral da Inglaterra e País de Gales, Victoria Prentis, 90 juízes ucranianos voltariam à Ucrânia "após passarem por um treinamento verdadeiramente intensivo" e poderiam "trabalhar melhor em seus tribunais".
Orentis salientou que a maioria das acusações contra militares russos seria julgada por juízes ucranianos na própria Ucrânia, "onde estão as testemunhas e provas".
Conforme o canal de televisão, o primeiro grupo de juízes ucranianos participou de uma sessão de treinamento de três dias na semana passada "em um lugar sigiloso". Nos próximos meses, está previsto que mais juízes participem do programa, no âmbito do pacote de financiamento para a Ucrânia no valor de 2,5 milhões de libras esterlinas (R$ 16 milhões).
Nota-se que a Rússia tem categoricamente rejeitado quaisquer acusações de Kiev relativamente a crimes militares no território da Ucrânia. Anteriormente, a chancelaria russa chamou a ideia de criar um tribunal internacional para a Ucrânia de "conluio" do Ocidente, salientado que, caso o órgão na verdade seja criado, não terá jurisdição alguma sobre a Rússia.
O Ministério das Relações Exteriores destacou que não é a primeira vez que a Rússia testemunha a hipocrisia dos países ocidentais na discussão das consequências humanitárias dos combates militares: os crimes dos EUA e seus aliados na Iugoslávia, Iraque, Líbia, Síria e outros países são óbvios para os cidadãos dos países afetados, seus vizinhos e todos que não fazem parte do chamado "bilhão de ouro".
Ao mesmo tempo, sublinha-se que o Ocidente deliberadamente oculta os numerosos crimes de guerra das tropas ucranianas. Moscou exige que os países ocidentais não dividam as pessoas em "boas" e "más" e estudem antes as atrocidades cometidas pelos nacionalistas ucranianos.