"As autoridades peruanas levaram tropas às ruas para reprimir os protestos após a visita do embaixador dos Estados Unidos ao Palácio do Governo, enquanto Washington busca lucros nos projetos de mineração do país", disse o presidente destituído Pedro Castillo
Em um bilhete escrito, ele afirmou que "a visita do embaixador dos EUA ao Palácio do Governo não foi gratuita nem a favor do país".
Segundo Castillo, "na reunião foi dada a ordem de levar as tropas às ruas e massacrar o meu povo indefeso, e, entre outras coisas, para abrir caminho para a extração de minerais". O ex-presidente também criticou a mídia peruana e apontou que ela "manterá silêncio sobre isso".
Nesta quinta-feira (15), mais cedo, o governo do Peru ordenou um toque de recolher em oito regiões devido a protestos sociais em defesa do ex-presidente Pedro Castillo. O decreto indica que há um total de 15 províncias em que medidas de ordem serão aplicadas a partir de sexta-feira (16).
Apoiador do presidente deposto Pedro Castillo se manifesta em Lima contra o Congresso e o novo governo, em 12 de dezembro de 2022
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Em 7 de dezembro, o parlamento do Peru impugnou o ex-presidente Castillo, que tentou dissolver o Parlamento e foi preso após processo de impeachment.
Os eventos provocaram uma onda de protestos em todo o país. Os manifestantes denunciam o governo pós-impeachment e pedem uma eleição presidencial imediata.
O Ministério Público peruano abriu um processo criminal contra Castillo sob a acusação de tentativa de golpe e crimes contra o Estado. Hoje (15), a Suprema Corte peruana aprovou a prisão preventiva de Castillo por 18 meses.