O governo da Grécia planeja cobrir 10% dos custos com alimentação da maioria das famílias por meio de doações orçamentárias, dentro de seis meses, a partir de fevereiro de 2023. As doações vão ser financiadas pela cobrança sobre os lucros excedentes das duas refinarias de petróleo do país.
"Os gastos orçamentários serão de € 650 milhões [cerca de R$ 3,6 bilhões]", disse o primeiro-ministro do país, Kyriakos Mitsotakis, à Bloomberg antes que os legisladores começassem a votar o orçamento do país para 2023.
O limite mensal vai ser de € 220 (cerca de R$ 1.238) para famílias com apenas um membro e deve aumentar em € 100 por cada membro adicional até ao máximo de € 1.000 (aproximadamente R$ 5.625). Assim, uma família com dois filhos vai receber no máximo € 312 (pouco mais de R$ 1.755) por mês. Um casal vai receber € 192 (cerca de R$ 1.079) e uma família com quatro filhos € 432 (aproximadamente R$ 2.429). Esses valores vão ser distribuídos em um cartão de débito digital que só pode ser utilizado em lojas de alimentação.
O primeiro-ministro adiantou que os pagamentos adicionais vão abranger 85% dos agregados familiares, ou seja, cerca de 8,4 milhões de cidadãos. Até agora, o governo gastou pouco mais de € 15 bilhões (cerca de R$ 84,3 bilhões) para mitigar os efeitos da inflação.
Pouco antes, o Parlamento grego votou a favor da aprovação do Orçamento de Estado do país para 2023. Segundo dados do governo, é previsto um crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1,8%, atingindo os € 224,1 bilhões (cerca de R$ 1,2 trilhão) contra € 210,1 bilhões (aproximadamente R$ 1,1 trilhão) este ano. Estima-se que a inflação aumente 5% em 2023, ante 9,7% deste ano. Enquanto o consumo no setor privado deve aumentar 1%, ante 7,2% em 2022.
Esta medida das autoridades gregas é apenas um exemplo de uma série de medidas semelhantes tomadas em toda a Europa para aliviar a crise causada pelas sanções antirrussas.