Panorama internacional

Novo projeto de lei dos EUA viola 'a integridade do povo soberano da Venezuela', diz Caracas

Apesar de a administração presidencial dos EUA recentemente permitir à Chevron trabalhar na Venezuela, a legislatura do país norte-americano quer que o governo seja proibido de ter relações com Caracas.
Sputnik
A Venezuela rechaçou no sábado (17) um projeto de lei nos EUA, chamado Lei Bolívar, aprovado pelo Senado americano, que proíbe suas agências federais de fazer negócios com qualquer pessoa que apoie o governo de Nicolás Maduro.
Rick Scott, um dos senadores e autores do projeto de lei, observou que o documento seria um "grande passo" para "enfraquecer" o governo de Maduro. A medida contrasta com o fato de que, em novembro, Washington autorizou a petrolífera Chevron a começar a extrair petróleo na Venezuela, para apoiar negociações entre Caracas e a oposição.
O governo venezuelano descreveu o texto do projeto de lei como "uma grave ofensa ao povo venezuelano", que viola "a integridade do povo soberano da Venezuela, bem como a das próprias empresas estadounidenses, ao colocá-las em risco de serem arbitrária, injusta e ilegalmente penalizadas por exercerem seu direito ao livre comércio através de contratos" com o país sul-americano.
O governo da República Bolivariana da Venezuela condena fortemente a nova tentativa do Congresso estadunidense de violar os direitos econômicos do povo venezuelano e ofender a memória do libertador, Simón Bolívar.
Através desta lei "abusiva", os EUA querem mais uma vez interferir nos assuntos internos do país e tentar "derrubar o governo venezuelano", afirma o comunicado, acrescentando que Washington está torpedeando "qualquer caminho possível para o diálogo e relações construtivas entre os dois países", e demonstra novamente seu desejo de dificultar o desenvolvimento da Venezuela.
"Diante da ameaça monroísta e de seus herdeiros construtores da guerra, a Venezuela continuará cultivando e defendendo o legado do libertador Simón Bolívar, esculpindo seu próprio caminho de estabilidade política e social, recuperação econômica e diplomacia de paz, para um mundo livre de hegemonismo, colonialismo e imperialismo", afirmou a declaração, em referência à doutrina Monroe de 1825 dos EUA, que prevê uma esfera de influência do país nas Américas.
O projeto de lei ainda tem de ser passada pela Câmara dos Representantes dos EUA, antes de ser aprovado pelo presidente Joe Biden.
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