Panorama internacional

Netanyahu critica New York Times e diz que mídia americana 'demoniza Israel por décadas'

Em artigo divulgado neste final de semana, jornal estadunidense diz que as alianças com vertentes radicais formadas pelo novo governo "podem tornar militar e politicamente impossível o surgimento de uma solução de dois Estados" na região.
Sputnik
Após o The New York Times publicar um editorial no sábado (17) intitulado "O Ideal da Democracia no Estado Judeu Está em Perigo", o ex e futuro premiê israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu continuar ignorando "o conselho infundado" da mídia norte-americana, segundo o The Times of Israel.
Ao mesmo tempo, Bibi, como é conhecido o líder do Likud, acusou a publicação de "enterrar o Holocausto por anos em suas últimas páginas e demonizar Israel por décadas". Netanyahu também afirmou que, agora, o jornal "apela vergonhosamente para minar o novo governo eleito de Israel".
"Enquanto o NYT continua a deslegitimar a única verdadeira democracia no Oriente Médio e o melhor aliado dos Estados Unidos na região, continuarei a ignorar seus conselhos infundados e, em vez disso, focar na construção de um país mais forte e próspero, fortalecendo os laços com os Estados Unidos, expandindo a paz com nossos vizinhos e garantindo o futuro do único Estado judeu", escreveu o líder israelense.
No artigo, a mídia norte-americana disse que as posições do novo governo "podem tornar militar e politicamente impossível o surgimento de uma solução de dois Estados", e pediu ao governo Biden que "faça tudo o que puder para expressar seu apoio a uma sociedade governada por direitos iguais e pela Estado de Direito em Israel".
"O novo gabinete que [Netanyahu] está formando inclui partidos radicais de extrema direita que pediram, entre outras coisas, a expansão e a legalização dos assentamentos de uma forma que tornaria efetivamente impossível um estado palestino na Cisjordânia; mudar o status quo no Monte do Templo, uma ação que corre o risco de provocar uma nova rodada de violência árabe-israelense; e minar a autoridade da Suprema Corte de Israel, liberando assim o Knesset, a legislatura israelense, para fazer o que quiser, com pouca restrição judicial", alertou o artigo do New York Times.
Netanyahu, que já foi premiê de Israel por 12 anos, voltou ao poder através do pleito feito em novembro após o ex-primeiro-ministro, Naftali Bennett, anunciar em junho que sua coalizão seria dissolvida e o país teria novas eleições, conforme noticiado.
Comentar