"O Ministério das Relações Exteriores decidiu não romper relações, entre outras coisas, porque precisamos manter nossa Embaixada para oferecer proteção aos mexicanos que residem, trabalham e vivem no Peru. Assim, a Embaixada [do México] continua sua função, já foi nomeado um responsável pela Embaixada e ainda estamos aguardando os acontecimentos no Peru", anunciou.
O presidente lamentou a decisão do governo Boluarte em relação ao chefe da missão diplomática mexicana no Peru.
"Um governo muito questionado como um todo por seu comportamento, sobretudo, ou por optar pela repressão e não buscar uma saída para o conflito, por meio do diálogo e com o método democrático de convocar eleições o quanto antes para evitar uma situação de instabilidade política", disse ele.
Situação no Peru
López Obrador lembrou que há muitos anos, "pelo menos seis anos", o Peru teve cinco presidentes.
"Imagine esta situação. É fundamentalmente devido aos interesses de um grupo que domina e não permite que o povo peruano participe da vida pública e exerça seus direitos políticos", reiterou.
"Os povos procuram libertar-se da opressão, das oligarquias. Participam através de eleições, no entanto, essas oligarquias apoiadas pelos grupos de interesse criados, pelos poderosos, pelos meios de informação a serviço do regime, dificultam muito a governabilidade de governos surgidos de processos democráticos populares. É o caso do Peru", continuou.
A expulsão do embaixador mexicano ocorreu horas depois que o México ofereceu asilo diplomático à família do ex-presidente Pedro Castillo – destituído no dia 7 de dezembro – em sua embaixada em Lima.
Além disso, em várias ocasiões, o presidente Andrés Manuel López Obrador disse que o líder peruano de esquerda foi vítima de assédio desde que chegou ao poder e até afirmou que seu governo reconhece Castillo, não Boluarte.
"[O Peru fez esta declaração] devido às repetidas manifestações das mais altas autoridades desse país [México] sobre a situação política no Peru, que constituem uma interferência em nossos assuntos internos e, portanto, violam o princípio da não intervenção", declarou a ministra das Relações Exteriores do Peru, Ana Gervasi Díaz.
Segundo a ministra, a decisão se baseia nas disposições relevantes da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.