A Hungria vai se opor a qualquer integração internacional da Ucrânia ou a qualquer acordo bilateral significativo até que Kiev pare de suprimir os direitos das minorias étnicas em seu território, declarou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
O chefe do governo húngaro destacou em conferência de imprensa na quarta-feira (21) que o "sistema político que existia na Ucrânia antes de 2015 satisfazia as minorias que ali viviam, incluindo a húngara", que "havia paz, e ninguém foi prejudicado".
"Em 2015, seus direitos foram retirados e mais de 100 escolas são permanentemente discriminadas", disse Orbán, aparentemente se referindo ao bloqueio do ensino de línguas minoritárias nas instituições de ensino secundárias ucranianas. Diante desses fatos, acrescentou, "não facilitaremos a participação da Ucrânia em qualquer integração internacional ou assinaremos qualquer acordo bilateral substantivo até que esse problema seja resolvido".
O primeiro-ministro do país — que faz parte da União Europeia (UE) — reiterou sua oposição às sanções antirrussas introduzidas pelo bloco.
"Somos contra a política de sanções. Se dependesse de nós, não haveria política de sanções. E se houvesse, seria muito mais concreta, precisa e bem pensada", afirmou.
A Hungria se recusou a fornecer armas a Kiev e criticou repetidamente as sanções da UE contra a Rússia.
O país do Leste Europeu, altamente dependente do abastecimento energético russo, negociou a isenção da aplicação do embargo parcial decretado por Bruxelas contra o petróleo russo.
Da mesma forma, foi concedida uma isenção a Budapeste na aplicação do limite máximo ao preço do petróleo russo acordado entre a UE, o G7 e a Austrália.