Segundo ele, os norte-americanos reagiram de forma "negativa" às propostas de consolidar no documento final os fatos envolvendo violações por parte dos EUA e da Ucrânia das suas às obrigações relativas à Convenção de Armas Biológicas, bem como da realização de atividades biológicas militares.
Além disso, o MD russo ressaltou que "foram apresentadas evidências documentais de que, com o apoio financeiro dos EUA, no território ucraniano foram realizados trabalhos com componentes de armas biológicas e estudos de patógenos de infecções de alto risco e economicamente significativas".
O MD russo também esclareceu que os materiais em vídeo fornecidos como argumentos refletem a posição dos especialistas russos e internacionais, bem como depoimentos de testemunhas e participantes dos programas de redução de ameaças do Departamento de Defesa dos EUA.
"Um deles é Richard Bosher, ex-funcionário do Instituto de Pesquisa do Exército dos EUA, que novamente confirmou que o trabalho com patógenos de alto risco esteve sendo realizado nos laboratórios biológicos ucranianos financiados pelo Pentágono", afirmou Kirillov.
O MD russo também revelou novos participantes dos projetos norte-americanos de armas biológicas na Ucrânia.
Durante a coletiva de imprensa dedicada aos resultados da 9ª Conferência de Revisão da Convenção sobre Armas Biológicas e Toxinas, realizada em Genebra entre 28 de novembro e 16 de dezembro, Kirillov observou que "alguns participantes de projetos fechados permanecem na sombra, embora sejam atores-chave no programa biológico militar na Ucrânia".
"Especificamente, trata-se de Kenneth Myers, ex-diretor da Agência de Redução de Ameaças de Defesa dos EUA, Tara O'Toole, vice-presidente executiva do fundo de capital de risco In-Q-Tel, controlado pela CIA, Thomas Frieden, ex-diretor dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, Francis Collins, ex-diretor dos Institutos Nacionais de Saúde, e Jeffrey Wadsworth, diretor científico e presidente da Pesquisa Internacional, Desenvolvimento e Medicina da empresa Pfizer, entre outros", detalhou Kirillov.
De acordo com o MD russo, o Pentágono está transferindo as pesquisas biológicas militares que não foram concluídas na Ucrânia para Estados da Ásia Central e do Leste Europeu.
"De acordo com informações existentes, o Pentágono está transferindo ativamente suas pesquisas que não foram concluídas na Ucrânia para Estados da Ásia Central e do Leste Europeu. Paralelamente está sendo ampliada a cooperação entre o Departamento de Defesa dos EUA com Estados da África e da região da Ásia-Pacífico, como Quênia, Camboja, Singapura e Tailândia [...] Estados que já possuem laboratórios de alto nível de isolamento biológico", destacou.
Além disso, o MD russo ressaltou que o Ocidente bloqueou as iniciativas russas para fortalecer o regime de não proliferação de armas biológicas, com os EUA declarando explicitamente que não permitirão qualquer tipo de verificação.
Durante sua operação militar especial na Ucrânia, Moscou afirmou ter descoberto uma rede de mais de 30 laboratórios biológicos em território ucraniano. De acordo com Kirillov, o Pentágono administra biolaboratórios secretos na Ucrânia há anos, pesquisando patógenos altamente perigosos e exportando amostras biológicas violando a Convenção de Armas Biológicas (BWC, na sigla em inglês).