De acordo com o G1, o pedido para retornar à pasta partiu do próprio Torres, e causou reações em integrantes da equipe de transição do presidente eleito e até de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), já que o ministro é considerado "homem forte" do presidente Jair Bolsonaro, e a escolha ocorre em meio a uma escalada de tensões.
Torres retorna à pasta após comandá-la pela maior parte do primeiro mandato de Ibaneis. Entre 2019 e março de 2021, ele chefiou a SSP-DF e deixou o cargo para assumir o posto no governo federal, no qual se envolveu em polêmicas.
Uma delas aconteceu no dia 2º turno das eleições, quando a Polícia Rodoviária Federal – que fica na alçada do Ministério da Justiça – parou centenas de ônibus que transportavam eleitores, principalmente no Nordeste, onde Lula tem ampla vantagem.
Ministro Anderson Torres, em coletiva de imprensa com correspondentes estrangeiros, em 20 de maio de 2022
© Foto / Ministério da Justiça e Segurança Pública / Isaac Amorim
Durante os bloqueios ocorridos após as eleições, o ministro da Justiça fez (na visão de ministros do STF) ''jogo duplo'': a integrantes da Corte, dizia que as polícias sob sua alçada não tinham efetivo suficiente para superar a crise, relata a mídia.
O ministro também esteve com Bolsonaro ao pedir a abertura de investigar institutos de pesquisa e supostas irregularidades nas inserções de rádio da propaganda eleitoral do presidente, suspeitas que acabaram rejeitadas pela Justiça Eleitoral.
Indagado sobre as sobre as preocupações em torno da volta de Torres ao cargo, Ibaneis respondeu: "Não teremos qualquer problema".