Em entrevista publicada pelo periódico italiano Sette, a ex-chanceler afirmou que a "questão não está colocada", ao ser questionada sobre seu papel no conflito ucraniano.
Merkel liderou a Alemanha entre novembro de 2005 e dezembro de 2021. No período, a Ucrânia passou por diversos distúrbios políticos, incluindo os conflitos internos com as repúblicas populares de Lugansk e Donetsk (RPL e RPD). A chanceler participou das negociações de cessar-fogo entre Kiev e as duas epúblicas do Donbass, que resultaram nos chamados Acordos de Minsk. Recentemente, porém, ela afirmou que esses acordos serviram apenas para "dar tempo à Ucrânia" para se reforçar.
Além de repetir a afirmação sobre os Acordos de Minsk na entrevista à imprensa italiana, a chanceler foi questionada sobre como o conflito ucraniano terminará.
"Um dia terminará com negociações. As guerras terminam na mesa de negociações", disse a ex-chanceler. "Há uma diferença entre uma paz forçada, que eu, como muitos outros, não quero, e uma conversa aberta e amigável", acrescentou.
Angela Merkel, chanceler da Alemanha, durante cerimônia militar de sua despedida no Ministério da Defesa, Berlim, 2 de dezembro de 2021
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A operação militar especial russa na Ucrânia teve início em fevereiro deste ano, após uma escalada de violações de cessar-fogo das forças ucranianas contra a RPD e a RPL. Com a independência reconhecida pela Rússia, as duas repúblicas solicitaram assistência militar a Moscou e foram atendidas. Mais tarde, um referendo local decidiu pela integração das duas regiões ao território russo.