O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, informou nesta quarta-feira (28) que os sérvios no norte de Kosovo e Metohija começarão a remover as barricadas montadas na região a partir de quinta-feira (29).
"Este é um processo longo, levará tempo", disse o chefe de Estado, segundo noticiou a Reuters. A notícia vem dois dias após Vucic colocar em alerta máximo as Forças Armadas da Sérvia.
Mais cedo, nesta quarta-feira, o diretor do Escritório para Kosovo e Metohija sob o governo sérvio, Petar Petkovic, disse que Vucic pediu aos sérvios étnicos em Kosovo para acabar com os protestos contra as autoridades da autoproclamada república do Kosovo, assegurando-lhes que não iriam enfrentar perseguições.
As tensões permanecem em Kosovo e Metohija. A polícia da autoproclamada república deteve, em dezembro, vários policiais no norte por suspeita de crimes de guerra durante o conflito de 1998-1999 e terrorismo. Por conta disso, em 10 de dezembro, sérvios do Kosovo ergueram barricadas e estão de plantão nas rodovias do norte da região, temendo perseguição.
A situação nas próprias barricadas nos municípios de Leposavic, Zvecan e Zubin Potok permanece pacífica, com os sérvios locais de plantão em tendas à noite. Durante o dia, as mulheres locais também vão às barricadas. No segmento sérvio das redes sociais, estão sendo distribuídos vídeos da movimentação de equipamentos militares no município de Raska e do voo dos helicópteros de combate sérvios Mi-35.
Em 15 de dezembro, o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, entregou à República Tcheca, que preside o Conselho da União Europeia (UE), um pedido de entrada da autoproclamada república na UE. Em resposta, o ministro da Defesa sérvio, Milos Vucevic, aumentou a presença da Força do Kosovo (KFOR) norte do Kosovo.
O território do Kosovo e o da Sérvia central são separados por uma linha administrativa. As autoridades albanesas do Kosovo declararam sua independência da Sérvia em fevereiro de 2008, mas a independência não é reconhecida pelo governo da Sérvia.
Alguns países da UE, sendo Espanha, Grécia, Chipre, Eslováquia e Romênia, também não reconhecem a independência do Kosovo.