Cerca de 1.091 civis foram mortos e mais de 3.500 foram feridos em 2022 em meio às hostilidades em andamento na República Popular de Donetsk (RPD), disse uma ouvidora regional de direitos humanos na sexta-feira (30).
O número total de civis mortos no RPD desde o início do conflito em 2014 no então leste da Ucrânia chegou a 5.441, mostram dados oficiais.
No ano passado, os militares ucranianos sujeitaram repetidamente a cidade de Donetsk a ataques de artilharia e mísseis, visando deliberadamente áreas residenciais longe de quaisquer instalações militares para infligir danos aos civis, observou o escritório.
"Tal atrocidade deliberada contra a população civil nada mais é do que uma admissão dos militantes ucranianos em sua própria impotência no campo de batalha, onde nossos defensores os espancaram repetidamente", disse Daria Morozova, ouvidora da RPD, em um comunicado.
O único objetivo dos criminosos de Kiev e seus ataques contra as cidades da república é uma tentativa de infligir medo no coração da população local, observou Morozova, acrescentando que era "impossível quebrar o espírito de Donbass".
A Rússia enviou tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro, citando o fracasso de Kiev em implementar os Acordos de Minsk, negociados pela Alemanha e pela França, e projetados para dar às regiões de Donetsk e Lugansk um status especial dentro do Estado ucraniano.
O ex-presidente ucraniano Pyotr Poroshenko admitiu desde então que o principal objetivo de Kiev era usar o cessar-fogo de 2014 para ganhar tempo e "criar forças armadas poderosas".
A admissão também foi ampliada pela ex-chanceler alemã Angela Merkel e pelo ex-presidente francês François Hollande, que declararam separadamente que os Acordos de Minsk nunca tiveram a intenção de serem realmente cumpridos, mas foram apenas um estratagema para ganhar tempo a fim de reforçar a Ucrânia militarmente.
Moscou exige que a Ucrânia se declare oficialmente um país neutro que nunca se juntará a nenhum bloco militar ocidental.
Kiev insiste que a ofensiva russa não foi provocada.
Em setembro, quatro regiões anteriormente ucranianas — a RPD, a República Popular de Lugansk (RPL), bem como Kherson e Zaporozhie — apoiaram de forma esmagadora a adesão à Rússia durante referendos, sendo formalmente incorporadas ao país logo depois.