Operação militar especial russa

Prefeito de Kiev critica governo de Vladimir Zelensky, que ficou 'chocado' com tropas russas

Prefeito de Kiev, Vitaly Klitschko,  durante um evento festivo na sede da prefeitura da cidade em 23 de agosto de 2016
Regime de Vladimir Zelensky ignorou seus apelos para intensificar a defesa antes da ofensiva da Rússia, afirmou Vitaly Klitschko à mídia alemã.
Sputnik
O prefeito de Kiev, Vitaly Klitschko, alegou que as autoridades ucranianas subestimaram gravemente o risco de uma ofensiva militar russa no início de 2022.
O funcionário disse à revista Der Spiegel que seus apelos na época para fortalecer a defesa civil da capital caíram em ouvidos surdos.
Em entrevista à mídia alemã publicada na sexta-feira, Klitschko lamentou que, embora tenha "tocado pela defesa civil" e insistido que a Ucrânia "deve se preparar", o governo continuou dizendo que "tudo ficará bem" não muito antes de a Rússia lançar sua operação militar especial no final de fevereiro.
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Segundo o prefeito, alguns chegaram a criticá-lo na época por "fomentar o pânico".
Ele afirmou que essas atitudes eram comuns entre as autoridades ucranianas, apesar das advertências de especialistas ocidentais e ucranianos.
Embora houvesse indícios de uma ofensiva planejada já no final de 2021, o governo ucraniano ainda estava "chocado com a rapidez com que os russos chegaram" a Kiev, revelou Klitschko.
Segundo o prefeito, houve um clima de pânico e desorganização na capital ucraniana nas primeiras 24 horas da ofensiva russa.
Questionado sobre quem ele via como responsável pelo caos, ele disse que "não é hora de procurar culpados".
Todas as falhas e erros seriam analisados "após a vitória", acrescentou.
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A Rússia enviou tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro, citando o fracasso de Kiev em implementar os Acordos de Minsk, projetados para dar a Donetsk e Lugansk um status especial dentro do Estado ucraniano.
Os protocolos, mediados pela Alemanha e pela França, foram assinados pela primeira vez em 2014.
O ex-presidente ucraniano Pyotr Poroshenko admitiu desde então que o principal objetivo de Kiev era usar o cessar-fogo para ganhar tempo e "criar Forças Armadas poderosas".
Em fevereiro de 2022, o Kremlin reconheceu as repúblicas de Donbass como Estados independentes e exigiu que a Ucrânia se declarasse oficialmente um país neutro que nunca se juntaria a nenhum bloco militar ocidental.
Em setembro, Donetsk e Lugansk, bem como as regiões de Kherson e Zaporozhie, foram incorporadas à Rússia após referendos.
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