A República de Maurício reivindica o território de Chagos desde 1975 e levou o caso diversas vezes para as cortes internacionais para obter o retorno do arquipélago.
"Os últimos desenvolvimentos no processo de Chagos são muito animadores. As negociações entre Maurício e o Reino Unido já começaram", anunciou o primeiro-ministro mauriciano, Pravind Jugnauth.
O arquipélago está no centro de uma disputa que dura cinco décadas. Desde 1965, ele é administrado por Londres, que decidiu instalar uma base militar conjunta com os Estados Unidos na ilha principal.
A República de Maurício conquistou sua independência em 1968, embora Chagos tenha permanecido sob administração britânica.
Uma resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em maio de 2019, determinou que o Reino Unido deveria "interromper seu controle sobre as ilhas Chagos imediatamente".
A ONU e todas as suas agências especializadas reconhecem que o arquipélago de Chagos é parte integrante do território da República de Maurício. A resolução seguiu uma decisão semelhante da Corte Internacional de Justiça emitida alguns meses antes.
Diego García - o maior atol do arquipélago de Chagos em que se localiza a base militar dos EUA
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O Reino Unido deportou cerca de dois mil residentes de Chagos para Maurício e Seychelles para abrir caminho para a base militar dos EUA. A república do oceano Índico acusa o Reino Unido de promover uma "ocupação ilegal".
Os ilhéus foram devidamente expulsos sem um esquema de reassentamento viável e apenas uma compensação mínima. A maioria acabou indo morar em favelas de Port Louis, capital da nação insular, em extrema pobreza.
Em 2016, o Reino Unido estendeu até 2036 um contrato de utilização da base militar com os Estados Unidos, que desempenhou um papel estratégico durante os conflitos no Iraque e no Afeganistão.
Foto da ilha Maurício tirada a partir do espaço pelo cosmonauta russo Anton Shkaplerov
© Foto / Roscosmos/Anton Shkaplerov